Também nas drogas há diferença de género

Os danos provocados pelo consumo de drogas continuam a ser muito elevados. Estima-se que só em 2015 se tenham perdido 28 milhões de anos de vida saudável.

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Paulo Pimenta

O uso de drogas continua muito mais baixo entre as mulheres do que entre os homens. Atendendo à população global, os homens são três vezes mais propensos do que as mulheres a usar drogas ilícitas, indica o Relatório Mundial das Drogas 2017, divulgado nesta quinta-feira.

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O uso de drogas continua muito mais baixo entre as mulheres do que entre os homens. Atendendo à população global, os homens são três vezes mais propensos do que as mulheres a usar drogas ilícitas, indica o Relatório Mundial das Drogas 2017, divulgado nesta quinta-feira.

O relatório do Gabinete das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime cita o "Fardo Global da Doença", um estudo que fornece dados sobre mortalidade e perda de saúde no planeta. O “fardo” é calculado contando anos de vida saudável perdidos devido a doenças, lesões ou factores de risco e anos de vida perdidos devido a morte prematura.

Conforme o estudo, datado de 2015, as mulheres usam menos drogas. O consumo entre mulheres é até relativamente baixo. Os homens são muito mais propensos a usar cannabis, cocaína ou anfetaminas, mas as mulheres têm mais tendência para usar drogas lícitas, com destaque para opioides e tranquilizantes. Por influência de ambientes sociais ou culturais e não por um aspecto intrínseco ao género.

Por norma, as mulheres entram mais tarde no mundo das drogas, mas tornam-se consumidoras problemáticas mais depressa. Mesmo assim, é duas vezes superior o número de homens que sofre algum transtorno relacionado com drogas. Quando se compara 2015 com 2005, data em que o estudo fora feito pela última vez, verifica-se que o fardo global cresceu mais entre as mulheres (25%) do que os homens (19%).

Os danos provocados pelo consumo de drogas continuam a ser muito elevados. Estima-se que só em 2015 se tenham perdido 28 milhões de anos de vida saudável. O consumo de opiáceos continua a ser aquele que suscita mais estragos. Nenhum outro surge com tanta frequência associado a morte por overdose e a contracção de doenças infecto-contagiosas, como VIH e hepatite C.