CGTP acusa Ministério da Educação de promover monólogo
O líder da CGTP saudou os professores que estão nesta quarta-feira em greve e avisou o Governo de que é preciso diálogo "com resultados".
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, atribuiu nesta quarta-feira ao Ministério da Educação a responsabilidade pela greve dos professores, acusando a tutela de confundir diálogo com "um monólogo" sem resultados.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, atribuiu nesta quarta-feira ao Ministério da Educação a responsabilidade pela greve dos professores, acusando a tutela de confundir diálogo com "um monólogo" sem resultados.
O dirigente sindical esteve ao lado da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) no primeiro balanço da greve, em Lisboa, saudando todos os docentes que na sua opinião estão hoje a dar "um exemplo de grande dignidade" ao defenderem os seus direitos e uma escola pública de qualidade.
Ao executivo deixou um recado: "Se porventura as sondagens que estão hoje a dar valores simpáticos ao PS, estão a levar alguns ministérios, e particularmente o Ministério da Educação, a regressar aos tempos do passado - em que tínhamos ministros que não dialogavam, mas impunham, - então este é o momento de alertarmos o Governo para que não siga esse caminho".
A CGTP considera que com este Governo é possível encontrar posições negociadas, mas têm de ser "em tempo útil". Arménio Carlos deixou um apelo para o diálogo "com resultados" e para uma abertura que já houve no passado e que neste momento entende estar a retroceder.
"Não procuramos o conflito, mas também não o negaremos se formos obrigados a dar passos em frente", advertiu.
Os professores estão nesta quarta-feira a realizar uma greve, para a qual foram decretados serviços mínimos por forma a garantir a realização dos exames nacionais do ensino secundário e provas de aferição do ensino básico.
A paralisação foi convocada pelas principais estruturas sindicais de docentes, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afecta à CGTP, e a Federação Nacional da Educação, ligada à UGT.
Os sindicatos decidiram avançar com a greve, após sucessivas reuniões inconclusivas com o Ministério da Educação, inclusive na véspera da paralisação, apresentando como reivindicações a abertura de concursos de vinculação extraordinária para docentes contratados, um regime especial de aposentação, o descongelamento de carreiras e uma redefinição dos horários de trabalho. Em declarações aos jornalista no final dos encontros com os sindicatos de terça-feira. O ministro da Educação afirmou que não podia ido “mais longe” nas negociações com os sindicatos, lembrando que o descongelamento das carreiras e a criação de um regime especial de aposentação “vão muito além das responsabilidades” que podem ser assumidas pelo Ministério da Educação.