A cadela Daisy é "como uma filha" e foi a inspiração da PetPad

Em 2016, a Ruchi, o Sanjay e a Daisy mudaram-se de Singapura para Portugal. Foi quando precisaram de viajar pela primeira vez sem a Daisy que se aperceberam da realidade que é ter um animal de estimação em Portugal. Agiram e a PetPad nasceu — ao estilo Airbnb

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Sanjay, Ruchi e Daisy

Ruchi e Sanjay viajaram de Singapura para Portugal em Abril de 2016 e trouxeram com eles Daisy, uma cadela que “é como se fosse uma filha”. Mas, quando precisaram de viajar pela primeira vez depois de se instalarem em Lisboa, em Setembro de 2016, perceberam que não havia nenhum sítio “em condições” onde deixar a Daisy, “apenas hóteis para cães ou canis”, o que implicava que a Daisy passasse as noites “enjaulada” ou num ambiente pouco familiar e acolhedor. Também procuraram “serviços privados de pet sitting”, mas não consideraram as informações suficientes e não tinham qualquer avaliação em que se pudessem basear. O factor económico foi também um entrave: “quando chega a altura das férias, estes hóteis tornam-se demasiado caros”.

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Ruchi e Sanjay viajaram de Singapura para Portugal em Abril de 2016 e trouxeram com eles Daisy, uma cadela que “é como se fosse uma filha”. Mas, quando precisaram de viajar pela primeira vez depois de se instalarem em Lisboa, em Setembro de 2016, perceberam que não havia nenhum sítio “em condições” onde deixar a Daisy, “apenas hóteis para cães ou canis”, o que implicava que a Daisy passasse as noites “enjaulada” ou num ambiente pouco familiar e acolhedor. Também procuraram “serviços privados de pet sitting”, mas não consideraram as informações suficientes e não tinham qualquer avaliação em que se pudessem basear. O factor económico foi também um entrave: “quando chega a altura das férias, estes hóteis tornam-se demasiado caros”.

Esta realidade e a escassez de informação preocuparam o casal, que decidiu contactar algumas associações. E foi apenas nesse momento que Ruchi e Sanjay perceberam que “em Portugal há uma enorme taxa de abandono de animais de estimação no Verão, porque os donos não têm dinheiro para deixar os seus animais nesses sítios ou, simplesmente, porque não sabem onde deixá-los”. O casal queria que a Daisy se sentisse em casa na sua ausência e, por isso, decidiram criar um “sítio que reunisse os amantes dos animais de estimação”. Naceu assim, em Abril, a PetPad, uma plataforma ao estilo do Airbnb, que reúne pet sitters de todo o país.

Foi Ayush (que vive em Singapura), o terceiro fundador da PetPad, quem tratou de toda a parte técnica e informática da plataforma e, rapidamente, “sem nenhuma acção de marketing realizada”, já se faziam reservas através PetPad, já se inscreviam pet sitters, já se anunciavam serviços “de qualidade”. É esse o objectivo e parece estar a cumprir-se: Paulo Carvalho, o “faz tudo” da PetPad - business development, account manager e apoio ao cliente - trata de “analisar” todos os concorrentes, estabelecer contactos, certificar-se das moradas e serviços, basicamente, garantir que todas as informações fornecidas pelos pet sitters são credíveis.

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“A plataforma funciona de uma forma muito simples, é muito parecida ao Airbnb, até mesmo o site”, diz Paulo. “Os sitters registam-se na nossa plataforma e depois de nós validarmos a conta, eles aparecem com ‘pins’ no mapa e, consoante os serviços que eles mencionam prestar e a sua área de residência, surgirão no mapa quando o dono de um animal de estimação colocar a mesma área de residência, bem como os mesmos serviços”, explica. A única diferença é que, ao contrário do Airbnb, a PetPad não cobra qualquer “taxa ou comissão”: o serviço é completamente gratuito e não é estabelecido nenhum valor base. É entre os pet sitters e os donos dos animais de estimação que é acordado o valor justo a pagar. Existem, no entanto, muitas disparidades: “os estudantes, por exemplo, decidem ser pet sitters como uma forma de estarem em contacto com os animais e como uma forma de receberem um extra”, como um género de part-time; já as empresas, “por oferecerem serviços personalizados e pelo facto de possuirem outras condições acabam por cobrar preços mais elevados”. Mas “a opção é sempre de quem procura”.

A PetPad pretende, de forma objectiva, representar uma comunidade de amantes de animais de estimação, e “combater o medo que os donos de animais de estimação sentem ao deixar o seu patudo num sítio desconhecido”. Na PetPad, à semelhança, mais uma vez, do Airbnb, existe um sistema de avaliação, “dado pelos donos que já tiveram uma experiência com determinado sitter e que sevirá como referência às próximas pessoas que procurem estes serviços”. E é neste aspecto que a PetPad se distingue (ainda que se assemelhe ao PetHub e à Dona Pipa, plataformas sobre as quais o P3 escreveu): o sistema de avaliação e validação dos pet sitters são mecanismos que dão mais “informação, segurança e confiança” a todos os que procurem estes serviços.

Actualmente, existem cerca de 150 pet sitters inscritos na plataforma. Ruchi, Sanjay, Ayush e Paulo desdobram esforços e conciliam as suas profissões com a PetPad, a troco de quase nada, apenas da "partilha de amor pelos patudos" e do bem-estar de Daisy.