Bruno Navarro confirmado na presidência da Fundação do Vale do Côa

Escolha do novo responsável fora criticada pela Associação dos Arqueólogos Portugueses. Conselho directivo entra em funções já no dia 26 e terá um mandato de cinco anos.

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Fernando Veludo

O historiador Bruno Navarro foi finalmente nomeado para o cargo de presidente do conselho directivo da Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa. A decisão foi publicada esta terça-feira em Diário da República, e vem confirmar a notícia avançada em primeira mão pelo PÚBLICO, no passado mês de Abril, da escolha deste professor e investigador especializado em História Contemporânea.

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O historiador Bruno Navarro foi finalmente nomeado para o cargo de presidente do conselho directivo da Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa. A decisão foi publicada esta terça-feira em Diário da República, e vem confirmar a notícia avançada em primeira mão pelo PÚBLICO, no passado mês de Abril, da escolha deste professor e investigador especializado em História Contemporânea.

Em comunicado, o gabinete do Ministério da Cultura (MC) divulgou também esta terça-feira os nomes que completam a nova equipa responsável pelos destinos do Vale do Côa, que tem sido tema de debate e polémica, principalmente após o acto de vandalismo aí perpetrado no final de Abril, numa das gravuras mais icónicas do parque arqueológico, a do chamado Homem de Piscos.

A vice-presidência cabe a Maria Manuel Oliveira, nome proposto pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Serão vogais, não executivos, Nuno Jorge Fazenda, director do Departamento de Gestão de Programas Comunitários do Turismo de Portugal, e Gustavo Duarte, presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa.

O ministro da Cultura convidou também o constitucionalista e deputado pelo PS na AR Pedro Bacelar de Vasconcelos para presidir ao conselho consultivo da fundação. A nova equipa entra em funções no próximo dia 26 de Junho, e o mandato terá a duração de cinco anos.

O MC considera que, com a nova equipa e com o novo enquadramento legal da Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa, “a acção do Governo é fortalecida”, já que ficam nela representadas as áreas da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, mas também do Turismo e do Ambiente. E acrescenta que, “fruto dos novos estatutos, a Associação dos Arqueólogos Portugueses [AAP] terá, pela primeira vez, participação activa na fundação”.

Recorde-se que a AAP, num comunicado assinado pelo seu presidente, José Morais Arnaud, lamentou a anunciada escolha de Bruno Navarro para a presidência da Fundação do Vale do Côa, considerando-o uma “pessoa sem evidentes qualificações para o efeito, seja na área da gestão seja nas áreas patrimonial ou arqueológica”.

Nascido em Coimbra em 1977, Bruno José Navarro Marçal fez os estudos secundários em Vila Nova de Foz Côa e licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, onde fez também um mestrado em História Contemporânea. Doutorou-se depois pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, onde é actualmente professor, exercendo também a docência no Instituto Superior de Ciências Educativas. É ainda investigador no Centro Interuniversitário de História da Ciência e da Tecnologia e no Centro de História da Universidade de Lisboa.

Militante do PS, Bruno Navarro é deputado na Assembleia Municipal de Vila Nova de Foz Côa.

Caberá agora à equipa do novo presidente a escolha do sucessor de António Martinho Baptista, que no final de Maio deixou a direcção do parque, tendo-se reformado. Depois de num primeiro momento ter anunciado a realização de um concurso público internacional para a escolha do novo director, o gabinete do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, acabou por precisar ao PÚBLICO que a escolha do novo responsável “será da competência do (novo) conselho directivo”, admitindo, no entanto, haver “um consenso político entre as tutelas” para que este “realize essa selecção por um concurso público internacional que respeite as boas práticas”.