Incêndios na zona centro são dos mais graves a nível mundial nas últimas décadas
O incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande é o que mais vítimas mortais provocou nas últimas décadas, em Portugal, e um dos mais graves a nível mundial, nos últimos anos.
A nível europeu, o fogo de Pedrógão Grande é apenas ultrapassado, em número de vítimas, pelos incêndios na Grécia, durante o Verão de 2007, que provocaram a morte de 77 pessoas, e pelos fogos na Aquitânia, em França, há quase 70 anos, quando morreram 82 pessoas. Na Rússia, em 2010, os incêndios de Verão causaram perto de seis dezenas de vítimas mortais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A nível europeu, o fogo de Pedrógão Grande é apenas ultrapassado, em número de vítimas, pelos incêndios na Grécia, durante o Verão de 2007, que provocaram a morte de 77 pessoas, e pelos fogos na Aquitânia, em França, há quase 70 anos, quando morreram 82 pessoas. Na Rússia, em 2010, os incêndios de Verão causaram perto de seis dezenas de vítimas mortais.
Em Portugal, em Setembro de 1966, um fogo na serra de Sintra foi notícia em todo o mundo, devido à morte de 25 militares do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa de Queluz (RAAF), que tentavam combater as chamas.
Em 1985, em Armamar, morreram 14 bombeiros apanhados pelas chamas e, no ano seguinte, em Águeda, o fogo provocou 16 mortos.
Os incêndios de 2003 causaram duas dezenas de mortos, em todo o país. E, em Agosto de 2013, quando se registaram mais de sete mil incêndios, morreram nove pessoas — oito bombeiros e um civil — com 120 mil hectares de floresta ardida.
No ano de 2012, centenas de incêndios registados em Portugal provocaram seis mortos, quatro deles bombeiros. No ano passado, morreram três pessoas, nos incêndios na Madeira, que destruíram 37 habitações, uma situação que levou o Governo a fazer um pedido de ajuda à União Europeia para o combate ao sinistro.
Em Junho de 2006, no distrito da Guarda, cinco bombeiros chilenos morreram ao combaterem o fogo.
O incêndio que deflagrou no sábado no concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou aos concelhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, provocou pelo menos 61 mortos.
Alguns dos incêndios florestais mais mortíferos em todo o mundo
2010, Rússia
Cerca de seis dezenas de pessoas morreram em incêndios que devastaram, entre o final de Julho e o final de Agosto, mais de um milhão de hectares de floresta e pântanos, queimando aldeias inteiras na zona ocidental do país, que enfrentava uma onda de calor e uma seca sem precedentes.
2009, Austrália
De 7 a 11 de Fevereiro, pelo menos 173 pessoas morreram em incêndios no sudeste do país, nomeadamente no Estado de Victoria, onde cidades inteiras e mais de 2000 casas foram destruídas. O fogo durou várias semanas, tendo sido contido por milhares de bombeiros e voluntários. Foi um dos piores incêndios na Austrália.
2007, Grécia
77 pessoas morreram no final de Agosto em incêndios florestais sem precedentes, que destruíram 250 mil hectares, no Peloponeso (sul) e na ilha de Eubeia (a segunda do mar Egeu em superfície, a nordeste de Atenas). Foram os incêndios mais graves ocorridos na Grécia, nos últimos anos.
1987, China
Em Maio, o mais grave incêndio florestal da história recente do país causou pelo menos 119 mortos no nordeste, além de 102 feridos e 51 mil desalojados.
1949, França
Em Agosto, nos Landes, na região da Aquitânia (sudoeste), morreram 82 pessoas que combatiam os fogos. As vítimas — bombeiros, voluntários e 23 militares do 33.º Regimento de Artilharia de Châtellerault — foram apanhados por uma "nuvem de fogo" causada por uma mudança súbita na direcção e intensidade dos ventos.
1871, Estados Unidos
O incêndio florestal mais mortífero pode ter sido o de Outubro deste ano em Peshtigo (Wisconsin), que causou entre 800 e 1200 mortos, segundo as estimativas. O fogo, que tinha deflagrado na floresta, destruiu em algumas horas a localidade de 1700 habitantes, bem como outras 16 vilas, numa área de mais de 500 mil hectares.