México, uma selecção versátil recheada de qualidade individual
O primeiro adversário de Portugal na Taça das Confederações tem na transição defensiva o seu calcanhar de Aquiles.
Se há algo que Juan Carlos Osorio tem feito desde que tomou conta dos destinos da selecção do México é experimentar. Sistemas, dinâmicas, jogadores. Do 3x5x2 ao 4x3x3, o treinador tem testado diferentes soluções e enfrentado com sucesso a fase de qualificação para o Mundial 2018, sendo que ultimamente parece ter estabilizado a equipa num 4x2x3x1 que obriga a deixar de fora uma das valiosas opções de que a equipa dispõe para o eixo do ataque.
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Se há algo que Juan Carlos Osorio tem feito desde que tomou conta dos destinos da selecção do México é experimentar. Sistemas, dinâmicas, jogadores. Do 3x5x2 ao 4x3x3, o treinador tem testado diferentes soluções e enfrentado com sucesso a fase de qualificação para o Mundial 2018, sendo que ultimamente parece ter estabilizado a equipa num 4x2x3x1 que obriga a deixar de fora uma das valiosas opções de que a equipa dispõe para o eixo do ataque.
Vamos por partes. Guillermo Ochoa não levanta dúvidas na baliza e há outros três elementos do quarteto defensivo aparentemente seguros: Carlos Salcedo (um central que também tem rotinas de lateral direito), Diego Reyes (que passou pelo FC Porto) e Héctor Moreno (uma referência desde os tempos de Miguel Herrera). No sector mais recuado, a principal dúvida diz respeito ao lateral esquerdo, função que deverá ser desempenhada por Miguel Layún ou, num segundo plano de probabilidades, por Luis Reyes e até por Oswaldo Alanís, um médio que também cobre a posição.
Numa equipa que recorre frequentemente a um bloco alto, há duas fragilidades defensivas que saltam à vista. Uma é o controlo da profundidade, porque o (generoso) espaço que medeia entre o quarteto defensivo e o guarda-redes é um convite para o adversário procurar passes longos e solicitar jogadores explosivos. A outra é a defesa das bolas paradas, feita com recurso a referências individuais que tornam os duelos directos numa ameaça permanente, sem que haja superioridade numérica face aos atacantes.
No meio-campo, Herrera tem sido denominador comum e deverá formar com o batalhador Jonathan dos Santos (que tem boa meia distância) a dupla de médios mais recuados. Para além das óbvias coberturas defensivas, estes dois elementos são nucleares no processo ofensivo mexicano, especialmente na forma como muitas vezes arriscam passes verticais para a desmarcação de Chicharito Hernández nas costas dos adversários. Neste particular, Herrera é o mais interventivo, assumindo quase sempre acções de condução e variando com frequência o centro do jogo, quando se torna necessário explorar a largura.
A manobrar por dentro tem assumido papel relevante também o médio ofensivo Marco Fabián, que surge nas costas de Chicharito com futebol apoiado e a combinar também com os extremos, ora Carlos Vela à direita, ora o irrequieto Hirving Lozano à esquerda. Estes dois criativos são dois desequilibradores natos, com o jogador da Real Sociedad a ter mais tendência para as diagonais interiores e o ala do Pachuca a adoptar movimentos mais verticais, mostrando-se forte no um para um e nos cruzamentos para a área. A esta equação é necessário juntar Javier Aquino, uma alternativa credível: um jogador mais de corredores laterais mas que rompe também com facilidade em posse pela zona central.
Na frente de ataque, Juan Carlos Osorio só não tem uma dor de cabeça maior devido ao estatuto de Chicharito Hernández, referência incontornável na abordagem ao último terço. Jogando com um homem só na frente, será o avançado do Bayer Leverkusen o escolhido. Mas o próprio Giovanni dos Santos (que funciona melhor em movimentos de trás para a frente), o experiente Oribe Peralta ou o incansável Raúl Jiménez são opções valiosas para a função.