Ser tudo ao mesmo tempo
Artista e designer, o espanhol Jaime Hayon não gosta de se fechar numa só classificação. Chamem-lhe o que der jeito, contando que ele possa continuar a fazer o que quiser.
Jaime Hayon tem sempre múltiplos projectos em curso ao mesmo tempo, seja no design de produto, seja no de interiores, sem esquecer aquelas peças únicas que continua a desenhar para um circuito muito exclusivo de galerias de arte na Europa e nos Estados Unidos, peças onde a sua liberdade criativa pode atingir extremos inalcançáveis em contexto industrial.
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Jaime Hayon tem sempre múltiplos projectos em curso ao mesmo tempo, seja no design de produto, seja no de interiores, sem esquecer aquelas peças únicas que continua a desenhar para um circuito muito exclusivo de galerias de arte na Europa e nos Estados Unidos, peças onde a sua liberdade criativa pode atingir extremos inalcançáveis em contexto industrial.
Da leitura rápida do seu portfólio, disponível no site do estúdio em nome próprio que abriu em 2000, quando ainda dirigia a academia de design e comunicação da Benetton, a Fabrica, que tem hoje escritórios em Espanha, Itália e Japão, salta à vista a diversidade do seu trabalho e o prestígio dos seus clientes. Para quem gosta de design e decoração, e está habituado às revistas da especialidade, reconhecem-se de imediato candeeiros, cadeiras e sofás. Não é para menos.
Nascido em Madrid em 1974, com uma formação em design industrial na capital espanhola e em Paris, e com uma capacidade de trabalho invulgar, Hayon já desenhou mobiliário e acessórios para a marca dinamarquesa Fritz Hansen; sofás, cadeiras e azulejos para as italianas Cassina, Magis e Bisazza; porcelanas para a espanhola Lladró e candeeiros para a também espanhola Metalarte e a francesa Baccarat.
No design de interiores, destaque para os espaços que assina no hotel Barceló Torre, em Madrid, e no Groninger Museum (Holanda), o primeiro museu a dedicar-lhe uma retrospectiva, quando tinha pouco mais de dez anos de carreira. A loja de jóias da Fabergé, em Genebra, a da marca de calçado espanhola Camper, em Paris (para esta marca desenhou ainda sapatos, naturalmente), e os restaurantes La Terraza del Casino (Madrid) e Le Sergent Recruteur (Paris) também são seus.
“Não gosto de me fechar numa classificação”, diz Jaime Hayon, sublinhando a importância do trabalho de galeria. Boa parte dele, associado ao de produção industrial, é depois objecto de exposições. Está a preparar uma para Atlanta, Estados Unidos, e a retrospectiva que no ano passado teve no museu do design de Israel entra em breve em digressão pela Ásia e tem já paragem garantida em Taipé e Xangai.
Para Hayon, este momento de hibridez absoluta que se vive na arte e no design torna-o perfeito para trabalhar: “Le Corbusier, os Eames [Charles e Ray] quebraram fronteiras… A maioria das pessoas que tiveram uma visão não era uma coisa só. Se amanhã me pedirem para desenhar um avião, desenharei um avião. E será certamente diferente de todos os aviões que eu conheço.”
O PÚBLICO viajou a convite da Vista Alegre