Candidatura a agência do medicamento passa a incluir representantes do Porto

Governo vai contactar Câmara do Porto para que cidade se associe ao processo de avaliação em curso

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Governo fez saber que reabriu o processo de escolha da cidade que representará Portugal na candidatura a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), uma decisão que havia recaído sobre Lisboa, em Abril, mas que acaba de dar um passo atrás. A comissão de candidatura nacional  vai passar a incluir representantes de Lisboa e do Porto e vai ser iniciado "de imediato" um " trabalho conjunto que habilite a uma decisão final a apresentar até 31 de Julho”, adiantou neste sábado o gabinete do ministro da Saúde, em nota. 

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O Governo fez saber que reabriu o processo de escolha da cidade que representará Portugal na candidatura a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), uma decisão que havia recaído sobre Lisboa, em Abril, mas que acaba de dar um passo atrás. A comissão de candidatura nacional  vai passar a incluir representantes de Lisboa e do Porto e vai ser iniciado "de imediato" um " trabalho conjunto que habilite a uma decisão final a apresentar até 31 de Julho”, adiantou neste sábado o gabinete do ministro da Saúde, em nota. 

O Governo vai agora contactar a Câmara do Porto para que a cidade se associe ao processo de avaliação em curso para a nova localização da agência europeia – que vai deixar Londres devido à saída do Reino Unido da União Europeia ("Brexit"). 

Tendo em conta os requisitos já conhecidos, "só o Porto, a par de Lisboa, parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus”, refere a nota do gabinete de Adalberto Campos Fernandes. O objectivo é, enfatiza-se, "aprofundar um trabalho conjunto de cooperação capaz de gerar soluções alternativas qualificadas, promotoras de uma única candidatura nacional, forte e afirmativa em termos europeus”.

No final de 2016, e tendo em conta “os requisitos pré-definidos", considerou-se que "Lisboa seria a cidade que reunia, à partida, as melhores condições para uma candidatura ganhadora”, acrescenta o gabinete do ministro, enquanto lembra que esta decisão foi aprovada por resolução de Conselho de Ministros em Abril e que, em Maio, obteve “um voto de saudação, aprovado por unanimidade” pela Assembleia da República.

Entretanto, prossegue, “no último mês, surgiram expressões de vontade de outras cidades”. O gabinete do ministro lembra ainda que só no próximo Conselho Europeu, nos próximos dias 22 e 23, “serão aprovados os critérios definitivos” e nota que as candidaturas vão ser oficialmente apresentadas até 31 de Julho.

A 11 de Maio, todos os deputados da Assembleia da República votaram a favor de um voto de saudação pela “fixação da sede da Agência Europeia de Medicamentos em Lisboa”. A sede da agência está actualmente em Londres, mas deverá ser relocalizada devido às negociações do “Brexit”, a saída do Reino Unido da União Europeia. Aparentemente, o voto passou despercebido até que a polémica estalou.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, escreveu uma carta ao primeiro-ministro a mostrar o interesse e a disponibilidade do Porto para receber a agência. Depois, a maioria dos partidos começou a criticar a escolha de Lisboa para ser a sede da agência. Na quinta-feira, foi noticiado que António Costa tinha defendido até “ao último momento possível” a candidatura do Porto para sede, mas a comissão de avaliação nomeada pelo Governo concluiu que Lisboa oferecia maiores garantias de êxito na corrida. 

Na sequência desta polémica, o eurodeputado Manuel dos Santos insultou a deputada Luísa Salgueira (chamando-a "cigana e não só pelo aspecto") por ter votado com os centralistas a favor da candidatura de Lisboa para receber a agência. António Costa defendeu a expulsão de Manuel dos Santos do Partido Socialista, considerando "uma vergonha" os seus "preconceitos racistas". Mais tarde, o eurodeputado defendeu-se na sua página do Twitter garantindo que não era "racista".

Agora, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa pediu uma "unidade nacional o mais ampla possível", em torno da localização escolhida para sede da agência, para que se cumpra o "grande objectivo" de trazer aquela entidade para Portugal, escreve a Lusa neste sábado.