Queixas da sua rua? Pegue no telemóvel e relate à câmara de Lisboa
A aplicação reencaminha a queixa para os serviços competentes.
Lá vai o tempo em que reportar uma queixa à Câmara de Lisboa significava esperar numa fila, atrás de um balcão. Veio email e, depois, um site onde era possível marcar num mapa onde estava o problema. Agora, quando um carro estacionar à sua porta ou o lixo se acumular no jardim, pode pegar no telemóvel e mandar uma foto directamente a quem tem a responsabilidade de tratar do assunto.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Lá vai o tempo em que reportar uma queixa à Câmara de Lisboa significava esperar numa fila, atrás de um balcão. Veio email e, depois, um site onde era possível marcar num mapa onde estava o problema. Agora, quando um carro estacionar à sua porta ou o lixo se acumular no jardim, pode pegar no telemóvel e mandar uma foto directamente a quem tem a responsabilidade de tratar do assunto.
Em poucos minutos, é possível reportar um problema através da aplicação móvel Na Minha Rua, apresentada esta sexta-feira pelo município. As queixas podem ir desde um semáforo que está fora de serviço ao ruído fora de horas, de um candeeiro fundido aos grafitis não autorizados na parede.
Para reportar uma ocorrência é preciso fazer login na aplicação – disponível para smartphones e tablets - tirar uma fotografia, seleccionar o local e descrever o problema. Tem que ter ligação à Internet – caso não tenha no momento em que vir o problema, pode tirar foto e fazer a denúncia mais tarde.
A partir daí, a queixa segue para os serviços competentes. O sistema identifica automaticamente quem tem o assunto em mãos: se é da responsabilidade da câmara, de uma empresa municipal, ou de uma junta de freguesia. O recado pode ser reencaminhado, por exemplo, para o departamento de higiene urbana, para os bombeiros ou para a polícia municipal. A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMEL) não está inserida nesta aplicação, mas a autarquia não descarta a hipótese de vir a incluir a empresa. Nesta fase inicial, o foco “são os arranjos”, explicou Duarte Cordeiro, vice-presidente da câmara. Assim que os serviços virem a queixa, o munícipe passa a ser informado sobre o seu estado: em análise, em execução, encaminhado (no caso de não ser da competência da câmara) e resolvido.
Da autarquia há uma garantia: “O executivo está preparado para dar respostas”, mas, esperando um aumento das notificações nos primeiros meses da aplicação, “os próximos tempos não vão ser fáceis”, prevê Duarte Cordeiro. Espera-se um grande volume de queixas a amarelo (em análise). “A aplicação não vai melhorar a vida dos funcionários da câmara municipal, mas dos cidadãos sim”, antecipou o presidente da câmara, Fernando Medina.
A aplicação, desenvolvida pelo departamento de informática da câmara, pode dar à autarquia uma maior capacidade de resposta e melhorar o feedback das queixas. Esta era uma das principais críticas ao antigo site¸ Lisboa Interactiva, que não permitia aos cidadãos saber que seguimento era dado à sua queixa.
Se vários munícipes reportarem o mesmo problema, esta ocorrência subirá na lista de prioridades das situações a resolver. A aplicação permite saber quais os problemas já apontados em cada local. Pode mesmo seguir o estado das ocorrências assinaladas por outros munícipes.
Numa altura em que os poderes locais procuram novas ferramentas para recolher dados e plataformas para os apresentarem aos munícipes, várias juntas de freguesia lisboetas já dispõem de aplicações próprias. É o exemplo do Geo Estrela, da APP Santo António, do Areeiro Mais e da iPenha de França. Longe de ser inédita, a aplicação da autarquia não pretende colidir com estas as apps já criadas, notou Duarte Cordeiro. As juntas podem aderir à aplicação municipal e, através dela, monitorizar directamente as queixas que são da sua competência.
A ideia de criar uma aplicação móvel municipal já esteve a concurso no Orçamento Participativo da cidade, notou Jorge Máximo, vereador responsável pelos sistemas de informação. Os dados desta aplicação vão ser centralizados no portal de dados “Lisboa Aberta”, como forma de dar continuidade à política de dados abertos da cidade.
A aplicação pode ser descarregada na Play Store e Apple Store.