Representante chinês na TAP é gestor da low cost Hong Kong Express

Zhimin Ma, que preside à Hong Kong Express Airways, é o administrador que vai representar os interesses da HNA na transportadora aérea.

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bruno lisita

Entre os seis administradores nomeados pelo consórcio privado da TAP, a Atlantic Gateway, está Zhimin Ma, presidente do conselho de administração da Hong Kong Express Airways, uma transportadora aérea low cost, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO. Esta transportadora foi lançada por Stanley Ho e actualmente controlada pelo grupo HNA. De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, Ma foi também vice-presidente do grupo de aviação HNA entre 2011 e 2013. Com uma licenciatura na Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanjing, tirou depois um MBA ligado à aviação civil, também na China.

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Entre os seis administradores nomeados pelo consórcio privado da TAP, a Atlantic Gateway, está Zhimin Ma, presidente do conselho de administração da Hong Kong Express Airways, uma transportadora aérea low cost, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO. Esta transportadora foi lançada por Stanley Ho e actualmente controlada pelo grupo HNA. De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, Ma foi também vice-presidente do grupo de aviação HNA entre 2011 e 2013. Com uma licenciatura na Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanjing, tirou depois um MBA ligado à aviação civil, também na China.

A HNA é accionista de referência da transportadora aérea brasileira Azul, ao lado de David Neelman, o empresário que se associou a Humberto Pedrosa no consórcio Atlantic Gateway, dono de 45% da TAP. A Azul foi um dos compradores de obrigações convertíveis em acções emitidas pela TAP, havendo ainda o cenário de o grupo HNA ter adquirido parte destas obrigações de forma directa. Assim, a HNA, além de futuro accionista indirecto (via Azul) poderá vir a deter uma participação directa.

Além de Zhimin Ma (ou Jimmy Ma), o consórcio privado avançou ainda, como se previa, com os nomes de Fernando Pinto, David Pedrosa, Trey Urbahn, Humberto Pedrosa e David Neeleman. Destes seis, três irão compor a comissão executiva: David Pedrosa, Trey Urbahn e Fernando Pinto (presidente). Estes, como os nomes propostos pelo Estado, irão ser confirmados na assembleia geral extraordinária da TAP no próximo dia 30  de Junho, no Meo Arena, Lisboa.

As escolhas do Estado

Por parte do Estado, foram escolhidas também seis personalidades para o conselho de administração, com destaque para  Diogo Lacerda Machado. Advogado e amigo pessoal do primeiro-ministro, Lacerda Machado está ligado ao grupo de raízes macaenses, a Geocapital (criada por Jorge Ferro Ribeiro e Stanley Ho). A Geocapital esteve aliada à TAP na compra da VEM, empresa brasileira de manutenção de aeronaves, mas de onde depressa saiu, e que tem apresentado profundos prejuízos e afectado a condição financeira do grupo TAP. 

Depois, foi escolhida a economista Ana Pinho, presidente da Fundação Serralves - e que esteve com o actual presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na Associação Comercial do Porto - e António Menezes, ex-presidente da Sata, companhia área dos Açores, e que passou pela EuroAtlantic e pela suíça PrivatAir.

Ao seu lado vai estar Bernardo Trindade, ex-secretário de Estado do Turismo de José Sócrates (que esteve para ir para a CGD) e indigitado pelo Governo de António Costa para presidir à estrutura cuja missão é captar investimento que esteja no Reino Unido, na sequência do “Brexit”. Para a administração da TAP entra também Esmeralda Dourado, a gestora que o actual Governo já convidou para fazer parte da unidade de missão ligada à recapitalização das empresas e que participou na campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.

Por fim, a presidência do conselho de administração ficará entregue a Miguel Frasquilho, ligado ao PSD e que deixou há pouco tempo a presidência da AICEP (organismo estatal ligado aos investimentos e exportações). Miguel Frasquilho terá voto de qualidade nas deliberações do conselho de administração (CA), o que pressupõe alguma influência na gestão da empresa. A escolha do presidente do CA tem de ter em conta “as observações e sugestões da Atlantic Gateway relativamente à idoneidade e experiência empresarial do candidato”.