Ordem dos Farmacêuticos apela para união em torno de candidatura a Agência Europeia do Medicamento
António Costa decidiu candidatar Lisboa para acolher a EMA, mas há quem critique a decisão. Ordem pede que se "fale a uma só voz".
A Ordem dos Farmacêuticos manifestou, esta quarta-feira, apoio aos esforços do Estado português para que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) tenha a sua sede em Portugal e apelou à união das instituições nacionais para evitar divisionismo.
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A Ordem dos Farmacêuticos manifestou, esta quarta-feira, apoio aos esforços do Estado português para que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) tenha a sua sede em Portugal e apelou à união das instituições nacionais para evitar divisionismo.
"A Ordem dos Farmacêuticos (OF) apela a todas as forças e instituições portuguesas no sentido de que se fale a uma só voz, dando ao projecto a coerência necessária ao seu êxito e evitando divisionismos que, sendo desnecessários, só prejudicam ou podem mesmo comprometer a nossa candidatura nacional", refere a OF, em comunicado.
Adianta que a candidatura preparada pelo Ministério da Saúde para que Portugal acolha a sede da EMA, em resultado do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), merece "o aplauso e apoio" da OF, e da parte dos farmacêuticos, "tudo será feito" para que tal desígnio nacional se concretize.
"Sabemos que a concorrência é de peso (...) mas todos os esforços são válidos para conseguirmos que este importante activo comunitário se transfira para Portugal", refere a OF, notando que com este projecto "alargam-se portas ao desenvolvimento económico e científico na área da Saúde e, em particular, do medicamento".
No entender da OF, o projecto coloca ainda, de forma determinada, Portugal na rota da investigação clínica e biomédica. "Tal passo reforçará o nosso sistema de saúde e, a médio e longo prazo, determinará melhorias na saúde dos portugueses", conclui a Ordem.
O primeiro-ministro, António Costa, decidiu candidatar Lisboa para acolher a EMA por "ser factor de preferência a existência de Escola Europeia, que só Lisboa poderá vir a ter", indica uma carta a que a agência Lusa teve acesso.
Na carta dirigida ao presidente da Câmara do Porto, o primeiro-ministro diz ser "o primeiro a lamentar não ter sido possível candidatar o Porto porque muito gostaria de também, por esta via, contribuir para reforçar a crescente internacionalização da cidade".
A "conveniência da proximidade do Infarmed" é outro dos factores apontados por António Costa como justificação para candidatar Lisboa, e não o Porto, a acolher a sede da EMA que deve abandonar Londres com a saída do Reino Unido da UE.
O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, havia revelado na reunião camarária de 16 de Maio ter escrito ao primeiro-ministro a "mostrar o interesse" em acolher a sede da EMA.
Esta quarta-feira, o presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Emídio Sousa, afirmou que a escolha de Lisboa para acolher a EMA "é mais um exemplo do centralismo" que a região "não pode tolerar".