Os avisos de Marcelo sobre transparência e ética republicana
O Presidente da República tem pedido mais transparência na política e menos “compadrio com o poder económico”.
Marcelo Rebelo de Sousa já por várias vezes avisou para a necessidade de reforçar a ética republicana, através da transparência, e de evitar o “compadrio com o poder económico”. Fê-lo nos dois discursos do 25 de Abril que já proferiu: no primeiro pediu que se seja “mais efectivo no combate à corrupção e mais transparente na vida política”.
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Marcelo Rebelo de Sousa já por várias vezes avisou para a necessidade de reforçar a ética republicana, através da transparência, e de evitar o “compadrio com o poder económico”. Fê-lo nos dois discursos do 25 de Abril que já proferiu: no primeiro pediu que se seja “mais efectivo no combate à corrupção e mais transparente na vida política”.
No deste ano, lembrou que os populismos “alimentam-se das deficiências, lentidões, incompetências e irresponsabilidades do poder político. Ou da sua confusão ou compadrio com o poder económico e social”. Por isso, afirmou, “importa que todas as estruturas do poder político, do topo do Estado à Administração Pública e, naturalmente, aos tribunais, entendam que devem ser muito mais transparentes, rápidas e eficazes na resposta aos desafios e apelos deste tempo, revendo-se, reformando-se, ajustando-se”.
Mas foi o discurso do 5 de Outubro aquele em que foi mais longe e mais específico quanto ao que diz ser a ética republicana. Para o Presidente, é esta a pedra de toque para evitar a desconfiança na política: “A razão de ser de desilusões, de desconfianças e de descrenças […] tem a ver com o cansaço perante casos a mais de princípios vividos de menos”. Teria em mente o caso, então recente, das viagens de membros do Governo ao Euro2016 a convite da Galp.
Mas foi mais longe: “De cada vez que um responsável público […] se permite admitir dependências pessoais ou funcionais, se distancia dos governados […], alimenta clientelas, redes de influência e de promoção social, económica e política, de cada vez que isso acontece, aos olhos do cidadão comum, é a democracia que sofre”.