Para Trump não há qualquer obstrução à justiça, só uma “caça às bruxas”
Donald Trump reagiu publicamente à notícia de que estava a ser investigado por obstrução à justiça, considerando que se trata da “maior caça às bruxas da política norte-americana”. Segundo responsáveis ouvidos pelo Washington Post, Trump está a ser investigado desde que despediu James Comey.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu esta quinta-feira, no Twitter, à notícia de que está a ser investigado por uma possível obstrução à justiça, considerando que se trata de uma “caça às bruxas” e afirmando que não existem quaisquer provas para a “história falsa” das ligações à Rússia.
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O Presidente norte-americano, Donald Trump, reagiu esta quinta-feira, no Twitter, à notícia de que está a ser investigado por uma possível obstrução à justiça, considerando que se trata de uma “caça às bruxas” e afirmando que não existem quaisquer provas para a “história falsa” das ligações à Rússia.
O Washington Post noticiou na quarta-feira que está em curso uma investigação, liderada pelo procurador especial Robert Mueller, ao Presidente Donald Trump pela possibilidade de ter havido obstrução à justiça. “Inventaram uma conspiração falsa com a história russa, encontraram zero provas, portanto agora avançam com uma obstrução à justiça em relação a esta história falsa. Boa”, escreveu Donald Trump no Twitter.
“Estão a assistir à maior caça às bruxas da história política norte-americana – liderada por pessoas muito más e conflituosas”, afirmou ainda, terminando com a hashtag Maga (as iniciais da sua divisa, Make America Great Again). Já anteriormente, na própria notícia do Washington Post, Mark Corallo, porta-voz do advogado privado de Trump (Marc Kasowitz), tinha afirmado que “a fuga de informação do FBI relativamente ao Presidente” era “ultrajante, indesculpável e ilegal”.
A suspeita desta obstrução surgiu depois de Donald Trump ter despedido o então director do FBI, James Comey, a 9 de Maio, e a investigação a Trump começou, precisamente, no dia seguinte ao seu despedimento, garantem os responsáveis não identificados ouvidos pelo Washington Post. Anteriormente, Trump garantira que não estava a ser investigado pela suposta ingerência russa na campanha presidencial de 2016. Antes do despedimento de Comey, também o antigo director do FBI tinha garantido a Trump que não estava a ser directamente investigado sobre as ligações à Rússia – e Trump pediu-lhe, segundo Comey, que o anunciasse publicamente em várias ocasiões.
A obstrução à justiça acontece quando alguém tenta, propositadamente, impedir o desenvolvimento de uma investigação judicial. Robert Mueller está também a ouvir responsáveis das várias agências de serviços secretos neste caso com o objectivo de encontrar testemunhas tanto dentro como fora do Governo. Se Trump for acusado de ter obstruído a justiça, tal pode resultar num processo de destituição. Robert S. Mueller III foi director do FBI entre 2001 e 2013 e lidera agora a investigação às alegadas influências russas na campanha presidencial norte-americana do ano passado.
No depoimento feito por James Comey na semana passada, o antigo director do FBI disse que acreditava ter sido despedido por causa da investigação à Rússia e garantiu que Trump lhe tinha pedido que encerrasse a investigação ao seu ex-conselheiro para a Segurança Nacional, Michael Flynn. Mais tarde, o advogado privado de Donald Trump desmentiu as afirmações, dizendo que Trump não lhe pedira “lealdade” nem que parasse de investigar quem quer que fosse.
Ainda nesse dia, no final da conferência de imprensa do advogado privado de Trump, Kasowitz afirmara que estava assegurado que o Presidente não estava “a ser investigado por obstruir a investigação”. Agora, o cenário mudou de figura.