Relações complicadas de Macron com os media
Jornalistas criticam métodos do Presidente francês.
O novo Governo francês escolheu a via da pressão e da repressão judiciária sobre os media, acusa um comunicado assinado por 23 redacções de jornais francesas, que se queixam de várias atitudes tomadas pela presidência de Emmanuel Macron, que dizem estar a enviar “sinais extremamente preocupantes.”
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O novo Governo francês escolheu a via da pressão e da repressão judiciária sobre os media, acusa um comunicado assinado por 23 redacções de jornais francesas, que se queixam de várias atitudes tomadas pela presidência de Emmanuel Macron, que dizem estar a enviar “sinais extremamente preocupantes.”
O comunicado destaca a queixa judicial apresentada pela ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud, por “roubo, violação do segredo profissional e receptação" contra o Libération, por este ter publicado, na semana passada, um documento da Direcção Geral do Trabalho com pistas sobre a negociações da reforma do Código do Trabalho. “Um procedimento que permite à ministra atacar tanto o diário como as suas fontes”, dizem os jornalistas.
Para além das pressões e ameaças feitas pelo ministro da Justiça, que ligou para a rádio France Inter a ameaçar processar os jornalistas pelos seus "métodos inquisitoriais" ao investigarem e noticiarem as investigações de que vários políticos do seu partido, o MoDem, está a ser alvo, por suspeita de uso abusivo do dinheiro do Parlamento Europeu, os jornalistas mencionam também o ministro da Coesão dos Territórios Richard Ferrand. O ex-socialista está a ser alvo de um inquérito preliminar na justiça por ter favorecido a sua companheira num negócio de imobiliário na Finisterra, por onde tem sido eleito. No domingo, Ferrand considerou que estas acusações não são mais do que “esforços meritórios” dos media para provar algo que não reconhece.
Finalmente, o próprio Emmanuel Macron tinha já sido alvo de um comunicado semelhante, em Maio, quando na sua deslocação ao Mali o Palácio do Eliseu tentou escolher os jornalistas que acompanhariam o Presidente – uma atitude classificada como abusiva.