Ex-secretário de Estado garante que "lobby da energia tem condicionado governos"

Henrique Gomes recorda experiência no Governo, em 2012.

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Pedro Cunha

O antigo secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, denuncia a influência do "lobby da energia" na acção dos executivos e admite que o seu afastamento da pasta do Governo em 2012 foi provocado pela pressão do sector eléctrico nos interesses públicos. Em entrevista ao Diário de Notícias, o antigo secretário de Estado considera o sector eléctrico “sobreremunerado” e cita o exemplo da vizinha Espanha.

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O antigo secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes, denuncia a influência do "lobby da energia" na acção dos executivos e admite que o seu afastamento da pasta do Governo em 2012 foi provocado pela pressão do sector eléctrico nos interesses públicos. Em entrevista ao Diário de Notícias, o antigo secretário de Estado considera o sector eléctrico “sobreremunerado” e cita o exemplo da vizinha Espanha.

“Tudo o que seja subsídios tem de ser eliminado o mais depressa possível, já devia ter sido eliminado”, diz. “Claro que tem que haver uma fase de transição, os espanhóis também a fizeram. Mas quando chegaram, salvo erro aos 3000 milhões de euros de subsídios à produção, fecharam a torneira, só ficaram uns apoios muito pontuais.”

“O erro não é que as empresas defendam os seus interesses, é que o Estado não defenda os seus”, aponta.

Em 2012, Henrique Gomes demitiu-se do cargo de secretário de Estado da Energia de Passos Coelho por pressões dos operadores do sector energético. Henrique Gomes chegou a garantir que o Governo ia apresentar, em Fevereiro desse ano, um plano para reduzir os custos da electricidade e baixar os preços para famílias e empresas, através da diminuição das "rendas excessivas".