Costa anuncia que dívida “chegará aos 127%” do PIB no final do ano
Primeiro-ministro considera crescimento económico de 3,2% um “objectivo muito exigente”.
A divida pública “chegará aos 127%” do PIB no final de 2017, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, quarta-feira à noite, em entrevista na SIC Notícias. Quando questionado sobre o facto de o Presidente da República ter dito que o crescimento da economia ficaria em 3,2% no final do ano, Costa considerou que esse “é um objectivo muito exigente”, mas não desdisse a previsão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A divida pública “chegará aos 127%” do PIB no final de 2017, anunciou o primeiro-ministro, António Costa, quarta-feira à noite, em entrevista na SIC Notícias. Quando questionado sobre o facto de o Presidente da República ter dito que o crescimento da economia ficaria em 3,2% no final do ano, Costa considerou que esse “é um objectivo muito exigente”, mas não desdisse a previsão.
Numa entrevista em que o primeiro-ministro afirmou várias vezes estar num “debate” com o jornalista José Gomes Ferreira, os temas fortes centraram-se na economia. Política pura surgiu com as autárquicas e as próximas legislativas.
Sobre autárquicas, o líder do PS reafirmou que o objectivo do PS é manter a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias. Já sobre as legislativas previstas para 2019, recusou-se a esclarecer se o objectivo é a maioria absoluta. Repetindo que considera que a solução actual de acordo de esquerda tem “muitas virtualidades”, reiterou que não haverá acordo pré-eleitoral com o BE, o PCP e o PEV.
Ainda no domínio da política e sobre a greve dos professores marcada para 21 de Junho, Costa disse ter “esperança de que haja acordo”, caso contrário o Governo accionará os serviços mínimos nos exames.
Já sobre a situação das rendas da energia, o primeiro-ministro não quis comentar a investigação à EDP e à REN, mas disse que o Governo vai “renegociar esses contratos” no momento previsto e garantiu que o executivo tem procurado “conter custos da energia”.
Referindo-se à situação da banca, Costa admitiu a importância de um banco detido por instituições sociais, mas evitou assumir uma posição sobre a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio. Fez questão de afirmar que o que é “importante é concluir o trabalho” de “estabilização” do sistema financeiro. E acusou o Governo de Passos Coelho: “[O problema das dificuldades da banca] foi dos segredos mais bem escondidos.”
O primeiro-ministro insistiu na ideia de que os resultados do crescimento económico de 2,8% no primeiro trimestre são consequência da “aceleração” da economia em 2016. E repetiu a ideia de que a economia estava em “desaceleração” em 2015, ainda durante o anterior Governo. E frisou que “o que distingue a esquerda da direita é como se chega ao mesmo défice”. Isto para elogiar as opções do seu executivo.
Rejeitando a ideia de que o seu Governo manteve a austeridade, Costa garantiu que está a haver “substituição” de contratações externas por entradas nos quadros na saúde, e não cortes neste sector. Afirmou ainda que haverá desdobramento dos escalões do IRS, falando especificamente do 2.º escalão. E garantiu: “Aquilo que para os portugueses é austeridade é o corte dos seus rendimentos.”