Coreia do Sul suspende instalação do THAAD
Gabinete presidencial diz que é necessário realizar um estudo ambiental aprofundado para da luz-verde à operacionalização do sistema antimíssil norte-americano.
O Governo sul-coreano decidiu suspender a instalação do sistema antimíssil norte-americano THHAD, para estudar o seu impacto ambiental. Neste momento estão operacionais dois lançadores de mísseis interceptores, que vão permanecer. Mas é travada a instalação de qualquer novo componente.
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O Governo sul-coreano decidiu suspender a instalação do sistema antimíssil norte-americano THHAD, para estudar o seu impacto ambiental. Neste momento estão operacionais dois lançadores de mísseis interceptores, que vão permanecer. Mas é travada a instalação de qualquer novo componente.
A suspensão do processo de operacionalização do THAAD (sigla em inglês pelo qual é conhecido) pode durar um ano, revelou a Casa Azul, a residência oficial do Presidente Moon Jae-in. Ainda não houve qualquer reacção por parte dos EUA.
O THAAD deverá ocupar uma área total de 700 mil metros quadrados, mas o estudo de impacto ambiental da instalaçao ainda não foi concluído, diz fonte da Casa Azul, citada pelo Korea Herald.
A decisão surge depois de na semana passada, o Ministério da Defesa ter anunciado a recepção de quatro novos lançadores, que, de acordo com a imprensa nacional, não tiveram o conhecimento do Presidente.
O THAAD tem sido objecto de controvérsia entre a Coreia do Sul, os EUA e a China. O seu objectivo é proteger o território sul-coreano de eventuais mísseis disparados a partir da Coreia do Norte, localizando-os e abatendo-os quando se encontram na fase de descida.
Porém, Pequim considera que o sistema representa uma ameaça directa à sua própria segurança. O receio do Governo chinês está relacionado com o potente radar norte-americano do THAAD, que pode conseguir localizar os seus mísseis – conferindo uma vantagem significativa aos EUA num hipotético conflito no Pacífico.
Também a Rússia tem manifestado incómodo com a instalação do sistema de defesa norte-americano, que diz perturbar o equilíbrio de segurança na região. Washington tem tentado responder às críticas dando garantias de que a natureza do THAAD é defensiva. Os EUA têm mais de 28 mil militares estacionados na Coreia do Sul.
A instalação do THAAD tem tido um impacto negativo nas relações entre a Coreia do Sul e a China. Nos últimos meses, as lojas da cadeia Lotte na China foram encerradas, em retaliação pela cedência de um terreno que era propriedade da empresa para a localização do sistema. As agências de viagem chinesas também deixaram de vender excursões para a Coreia do Sul e têm havido apelos para o boicote de produtos sul-coreanos na China – que é o principal mercado para as exportações da Coreia do Sul.
A decisão de receber o THAAD foi tomada no ano passado pela Administração liderada pela anterior Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, afastada do cargo em Março na sequência de um processo de impeachment. O novo Presidente foi um dos principais críticos da medida, por considerar que houve pouca discussão pública e por não facilitar uma política de aproximação entre Seul e Pyongyang, por si defendida.