Espanha: Santander compra Banco Popular por um euro
Santander espanhol terá agora de garantir aumento de capital de 7000 milhões no Popular. Filial portuguesa incluída na venda.
O grupo Santander comprou 100% do capital social do Banco Popular Español por um euro, numa solução que obrigará agora a um aumento de capital de 7000 milhões de euros. Com esta operação, acompanhada pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Comissão Europeia, a filial portuguesa do Popular passa também para o Santanter, o mesmo grupo a quem no final de 2015 foi vendido o Banif.
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O grupo Santander comprou 100% do capital social do Banco Popular Español por um euro, numa solução que obrigará agora a um aumento de capital de 7000 milhões de euros. Com esta operação, acompanhada pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Comissão Europeia, a filial portuguesa do Popular passa também para o Santanter, o mesmo grupo a quem no final de 2015 foi vendido o Banif.
A compra faz parte de uma medida de resolução aplicada pelo Conselho Único de Resolução europeu, que via o Popular em risco de colapso.
A autoridade europeia de resolução confirma, em comunicado, que “transferiu todas as acções e instrumentos de capital do Banco Popular espanhol para o Banco Santander”, a quem caberá agora avançar com o aumento de capital de 7000 milhões de euros para absorver o Popular. O objectivo é cobrir o nível de capital e as provisões exigidas para o reforço do balanço da instituição.
Para já, o Popular mantém-se como filial do grupo, embora a ideia do Santander seja avançar com uma integração. “Temos de ver nos próximos meses”, afirmou em Madrid a presidente do grupo, Ana Botín, citada pela Lusa.
BdP: poupanças estão protegidas
Como os dois bancos têm presença no mercado português, a operação inclui a posição portuguesa do Popular. Em comunicado, o Banco de Portugal explica que “a filial portuguesa do Banco Popular Español – o Banco Popular Portugal, S.A. – não foi objecto de qualquer medida de resolução e está incluída no perímetro de venda, pelo que passa a integrar o grupo do Banco Santander”.
Para o Popular Portugal, refere o BdP, a medida “não implica qualquer alteração na actividade do banco português, que continua a operar com total normalidade, agora integrado num novo grupo bancário”.
O supervisor liderado por Carlos Costa considera que a venda do grupo preserva a estabilidade da filial e “contribui para a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro português”. A solução, justifica o BdP, “não contempla financiamento por parte de organismos nacionais e protege as poupanças confiadas ao Banco Popular Portugal, assegura a continuidade dos serviços prestados em Portugal e do financiamento à economia”.
"Nada vai mudar"
A partir de Madrid, a mensagem de Ana Botín foi de tranquilidade. Para os clientes (incluindo os da filial portuesa) “nada vai mudar”, afirmou a gestora, garantindo a “segurança e estabilidade” da operação.
Em Portugal, o presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro, enviou uma mensagem aos trabalhadores a considerar a integração “um grande desafio”. Agora, vão seguir-se “os necessários procedimentos para a integração jurídica do Banco Popular”; para os 1000 funcionários do Popular, Vieira Monteiro prometeu que “serão criadas as melhores condições de acolhimento”.
A solução que envolve o Santander foi autorizada pela Comissão Europeia, que a justificou com o facto de “as condições de resolução eram conhecidas: o banco estava em falência, não havia soluções no sector privado fora do quadro da resolução e não havia acções de supervisão que pudessem prevenir a sua falência”.
Formalmente, a medida de resolução foi determinada pela autoridade europeia de resolução, o Conselho Único de Resolução, em cooperação com a autoridade de supervisão, o Banco Central Europeu – Mecanismo Único de Supervisão.