Os nossos festivais de música vão ficar mais verdes
Vamos ter festivais de música com menor pegada ecológica, o planeta agradece e as futuras gerações também. Vinte e um festivais concorreram a este programa, dos quais dezoito viram aprovado o financiamento
Foram apresentados, recentemente, os primeiros resultados do programa “Sê-lo Verde”, uma iniciativa pioneira do Ministério do Ambiente que visa tornar os festivais de Verão mais sustentáveis. Vinte e um festivais concorreram a este programa, dos quais dezoito viram aprovado o financiamento de medidas que cobrem a educação, os resíduos, a utilização eficiente de água e a energia renovável ou a sua utilização eficiente.
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Foram apresentados, recentemente, os primeiros resultados do programa “Sê-lo Verde”, uma iniciativa pioneira do Ministério do Ambiente que visa tornar os festivais de Verão mais sustentáveis. Vinte e um festivais concorreram a este programa, dos quais dezoito viram aprovado o financiamento de medidas que cobrem a educação, os resíduos, a utilização eficiente de água e a energia renovável ou a sua utilização eficiente.
Este ano vamos poder dar o bom exemplo aos nossos festivaleiros, mas também aos milhares que vêm de outros países para não perder os nossos cartazes imbatíveis. Sem pretender parecer um expert no tema, mas com o conhecimento (além da parte ambiental por formação e vocação) de quem até aos 28 anos foi assíduo de festivais portugueses — de Sagres a Paredes de Coura e com muitos outros pontos pelo meio — reconheço nesta nova abordagem vários méritos.
O primeiro é o da educação dos festivaleiros. Enquanto é comum o “amor” pela vida outdoor entre os festivaleiros, no que respeita ao comportamento sustentável há atitudes muito diferentes entre eles (ou nós!) e muito por onde melhorar. Quantas vezes, copo vai para o chão apesar de haver um caixote de lixo amarelo por perto?
É claro que têm de ser criadas condições para que quando se desmonta a tenda ou se bebe uma cerveja se reduza o sacrifício que implica a opção sustentável. A educação é chave, e o exemplo também.
Assumindo que irão haver poucas “adulterações” à finalidade dos fundos obtidos, vamos ter festivais com menor pegada ecológica, o planeta agradece e as futuras gerações também. Interessante também vai ser a monitorização dos resultados, um desafio para o programa. Por último, o incentivo à replicação.
O impacto do efeito demonstrador de um projeto deste estilo pode ser enorme para outros festivais e, maior ainda, se pensarmos no universo alargado de eventos, também circunscritos no tempo, que reúnem muitas pessoas à volta de um acontecimento ou festa (seja o Rally de Portugal, a ida do Papa a Fátima ou as festas populares!).
O próximo passo seria alargar o âmbito das medidas. Não me parece impossível imaginar um festival a aprovisionar-se em produtores locais de alimentos — apoia a economia local e reduz, drasticamente, a pegada ecológica dos alimentos vendidos — ou até alargar o “sê-lo” a outros locais, de carácter permanente, onde a dupla função da sustentabilidade e educação pode também ser aplicadas: as salas de espetáculo, feiras, museus ou clubes de futebol… e, claro, cobrir os estádios de painéis solares! O “Sê-lo Verde” é uma boa ideia, para potenciar, até o comportamento sustentável se tornar prática (ou lei?) em vez de exceção.
E não precisa de ser a fundo perdido, a sustentabilidade tem um ótimo retorno e benefícios permanentes de médio e longo prazo. Nós estamos dispostos a investir nisto, e temos a certeza que muitos outros cidadãos o farão connosco!