Putin nega que Moscovo tenha informação comprometedora sobre Trump
Não há dados comprometedores sobre Trump, nem provas de que Moscovo interferiu nas eleições dos EUA. Os hackers até podem ser norte-americanos, diz Vladimir Putin.
O presidente russo Vladimir Putin negou numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana NBC News que a Rússia tenha reunido qualquer tipo de informação comprometedora sobre o Presidente norte-americano, Donald Trump. “Isso não passa de um monte de disparares”, afirmou Putin, entrevistado em São Petersburgo para o programa Sunday Night with Megyn Kelly, da NBC News.
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O presidente russo Vladimir Putin negou numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana NBC News que a Rússia tenha reunido qualquer tipo de informação comprometedora sobre o Presidente norte-americano, Donald Trump. “Isso não passa de um monte de disparares”, afirmou Putin, entrevistado em São Petersburgo para o programa Sunday Night with Megyn Kelly, da NBC News.
Putin disse à jornalista norte-americana Megyn Kelly que, independentemente das viagens anteriores de Putin à Rússia como homem de negócios, nunca o conheceu nem teve qualquer tipo de ligação com o milionário nova-iorquino. Referindo-se aos cerca de 100 executivos norte-americanos que estão actualmente na Rússia em viagem de trabalho, o Presidente russo ironizou: “Acham que estamos a reunir informação comprometedora sobre todos eles? Perderam todos o juízo?”
As alegadas interferências russas nas eleições presidenciais norte-americanas vão estar esta semana no topo da agenda, já que o ex-director do FBI James Comey deverá testemunhar no Congresso em Washington sobre se foi pressionado pelo Presidente Trump a abandonar uma investigação sobre eventuais laços entre a sua campanha eleitoral e Moscovo. Comey foi despedido de forma repentina por Trump há cerca de um mês quando supervisionava a referida investigação.
Os serviços secretos dos Estados Unidos concluíram em Janeiro que Moscovo tentou influenciar o resultado eleitoral a favor de Trump e que hackers russos acederam aos servidores do Comité Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês) e a emails de vários responsáveis democratas, incluindo a candidata presidencial, Hillary Clinton.
“Foram enganados”, assegurou Vladimir Putin, acrescentando que as agências norte-americanas não estão a analisar a informação completa. “Ainda não vi, uma única vez, qualquer prova directa de que tenha existido interferência russa nas eleições norte-americanas”, assegurou.
E sobre os hackers, Putin diz que até poderão ser norte-americanos que agiram por “motivações políticas”. “Os hackers podem estar em qualquer lado” e até podem “estar nos Estados Unidos” e de “maneira muito habilidosa e profissional mudaram a culpa para a Rússia”, disse Putin à jornalista da NBC. “Pode imaginar isso? Eu posso”, afirmou.
Na entrevista, Vladimir Putin garantiu ainda desconhecer Michael Flynn, o antigo conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, embora se tenha cruzado com ele num evento em 2015.
Putin disse que esteve com Flynn num jantar de gala do canal Russia Today, mas que desconhecia a sua identidade. "Fiz o meu discurso, depois falámos sobre qualquer coisa, levantei-me e saí. Mais tarde disseram-me que esse senhor era norte-americano, responsável por determinadas coisas, que costumava estar nos serviços de segurança. É tudo", afirmou o líder russo.
Michael Flynn, assessor de Trump para a Segurança Nacional dos Estados Unidos, renunciou ao cargo em Fevereiro após informações de que teria enganado o vice-Presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.