Quatro cidades portuguesas à espera de 44 autocarros com fundos europeus

Porto, Lisboa, Coimbra e Braga querem autocarros 100% eléctricos na rua em 2018.

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fau fabio augusto

Depois de experiências com autocarros 100% eléctricos cedidos por um carroçador nacional – a Caetano Bus -, pelo menos quatro cidades são candidatas a fundos europeus para a compra de 44 autocarros eléctricos, que estimam pôr na estrada no próximo ano. Estão nesta conta o Porto (STCP), Lisboa (Carris), Coimbra (SMTUC) e Braga (TUB). Assim haja acordo do Tribunal de Contas e chegue a comparticipação financeira através do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos.

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Depois de experiências com autocarros 100% eléctricos cedidos por um carroçador nacional – a Caetano Bus -, pelo menos quatro cidades são candidatas a fundos europeus para a compra de 44 autocarros eléctricos, que estimam pôr na estrada no próximo ano. Estão nesta conta o Porto (STCP), Lisboa (Carris), Coimbra (SMTUC) e Braga (TUB). Assim haja acordo do Tribunal de Contas e chegue a comparticipação financeira através do POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos.

Os fundos europeus compensam a 85% a diferença do custo entre um autocarro convencional a diesel e outro movido a energias alternativas e suporta também gastos com a instalação de pontos de carregamentos e a adaptação das infra-estruturas de apoio. Para já, uma ronda por estes operadores de transportes públicos permite perceber que o investimento será exclusivamente público e que a tecnologia adoptada é a do carregamento concentrado, preferencialmente nocturno, nos locais de recolha dos veículos.

O concurso público de 46,7 milhões de euros que a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) abriu para novos autocarros contempla apenas 6,75 milhões de euros para 13 veículos eléctricos e infra-estruturas de carregamento nocturno e em vários pontos da cidade.

Fonte da empresa disse ao PÚBLICO que foram identificadas 10 linhas para estes autocarros operarem a partir do segundo trimestre do próximo ano. A frota da empresa portuense é constituída por 417 autocarros, dos quais 257 (62%) são a gás natural – tendência que será acentuada.

Na Carris, sabe-se que é intenção da Câmara de Lisboa investir 61 milhões de euros na renovação da frota nos próximos três anos, mas a empresa não quis especificar ao PÚBLICO qual a fatia que representam os 15 autocarros eléctricos que prevê adquirir e receber em 2018 e 2019. Actualmente, dos 600 veículos que compõem a frota, 40 são a gás natural e os restantes a gasóleo.

Em Braga, o concurso público para a compra de seis autocarros full electric está a decorrer até dia 27 deste mês e o administrador Teotónio Santos diz que foram feitas várias consultas de fornecedores internacionais ao caderno de encargos, que inclui outros 25 em opção.

A cidade precisa mesmo de apostar nesta tecnologia porque, diz, a frota dos Transportes Urbanos de Braga tem 150 veículos com uma idade média de 18 anos e a cidade é a terceira com maior índice de poluição do país. As linhas ainda não estão definidas, mas serão no centro da cidade, assegura o responsável.

O investimento previsto é superior a 13 milhões de euros, onde se incluem os veículos, o reforço da rede eléctrica e a transformação da área de oficina e carregamento. O administrador realça que este é o momento para investir, já que nos últimos três anos a empresa aumentou o número de passageiros em 9% e o volume de negócios em 7% (de um total de 11 milhões de euros). “Com a tecnologia eléctrica esperamos reduzir os custos operacionais no imediato.” Cada autocarro 100% eléctrico custa cerca de 450 mil euros; um convencional fica-se pelos 200 mil.

No caso de Coimbra, o gabinete da presidência especificou que os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos vão candidatar-se ao apoio à compra de dez autocarros eléctricos e respectivo equipamento de carregamento, num investimento total de 4,37 milhões de euros (2,21 serão de fundos comunitários). Que inclui uma rede de carregamento nocturno no centro de recolha e um novo posto de transformação.

Para já, a Câmara de Coimbra já tem estacionados dois mini-autocarros híbridos (diesel/eléctrico) descapotáveis para uma linha especial que atravessa a mata do Jardim Botânico, passa pelo Parque Verde e segue até ao Polo I da universidade.