Real Madrid arrasador assegura 12.ª Champions

Ronaldo rebenta escala com “bis” que lhe garante o 12.º golo e o título de melhor marcador da prova, à frente de Messi, igualando também Di Stéfano ao marcar em três finais.

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O Real Madrid revalidou em Cardiff — feito inédito no formato Champions — o título de campeão europeu, arrasando a Juventus (1-4) à passagem do furacão Ronaldo, a bisar e a arrebatar o título de melhor marcador da prova milionária, que o deixa em posição invejável para vencer a quinta Bola de Ouro, a que Buffon já não poderá chegar.

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O Real Madrid revalidou em Cardiff — feito inédito no formato Champions — o título de campeão europeu, arrasando a Juventus (1-4) à passagem do furacão Ronaldo, a bisar e a arrebatar o título de melhor marcador da prova milionária, que o deixa em posição invejável para vencer a quinta Bola de Ouro, a que Buffon já não poderá chegar.

Para quem estava à espera de mais uma partida de amarras tácticas, com o inevitável toque de cinismo italiano, a final da Liga dos Campeões foi uma autêntica desilusão. Massimiliano Alegri rasgou o capítulo dedicado ao catenaccio e durante dez minutos provou que os 3-0 aplicados ao Barcelona, nos quartos-de-final, em Turim, não foram mero acidente. O Real Madrid sentiu o poder do bafo da “vecchia signora”, a exalar uma frescura que paralisava os “merengues”.

A Juventus entrava fortíssima, mas consentia que os espanhóis se recompusessem aos poucos, escapando aos golpes de Higuaín e Pjanic. Keylor Navas assumia, ainda antes de Ronaldo mudar radicalmente o guião, papel determinante ao salvar o Real numa defesa gigantesca a remate do bósnio.

O campeão em título acabaria por sair da escuridão numa transição que só poderia ter a assinatura de um grande mestre do Renascimento. Com Gareth Bale no banco, como mais um dos muitos galeses que deram cor à final de Cardiff, Cristiano pegou na paleta para terminar a obra de arte proposta por Benzema. Ronaldo recebeu, deu um pequeno toque para Carvajal e foi concluir o lance que dava vantagem ao Real Madrid. Para o português — que passa a figurar ao lado de Di Stéfano como os únicos a marcarem em três finais da Liga dos Campeões —, era o 11.º golo na prova, tantos quantos os acumulados por Lionel Messi na presente edição. Um capítulo que ficaria em aberto até final.

Para os espanhóis, chegava o 500.º golo na Champions, fasquia nunca antes atingida por nenhum clube. A final sofria uma súbita mudança de direcção, embora Zidane permanecesse impávido e sereno, postura desafiada pelo colossal golo de Mandzukic, autêntica obra-prima: Alex Sandro servia, em suspensão, uma bola letal que Higuaín acondicionou e ofereceu ao gigante croata, de quem ninguém esperava o remate acrobático, a sobrevoar Navas e a devolver ânimo aos tiffosi.

A UEFA podia engarrafar aqueles 30 minutos e preservá-los para a posteridade, mas a colheita ainda ia a meio. O jogo vivia, momentaneamente, uma fase de acalmia. Mais uma vez, insinuava-se uma ditadura táctica. Mas Casemiro dinamitava todas as teorias e dava o impulso de que o Real Madrid precisava para arrancar rumo ao 12.º título europeu. O brasileiro disparava de longe e deixava Buffon inconsolável com o ressalto em Khedira.

A “Juve” sentia o chão fugir-lhe pouco antes de ser implacavelmente atingida por um verdadeiro mito, indestrutível, a bisar e dissipar quaisquer dúvidas que pudessem existir, fazendo ainda luz sobre a próxima Bola de Ouro. Ronaldo inscrevia mais um recorde e ameaçava o primeiro hat-trick da história da Champions... meta falhada por pouco, já que a Juventus se desmoronou, caindo pela quinta vez em seis finais, depois de ter deixado escapar há dois anos idêntica oportunidade, então para o Barcelona (3-1).

Uma derrota de proporções algo desajustadas, mas que até podia ter sido mais penosa, com Asensio a encerrar as contas da noite no País de Gales e Cristiano Ronaldo já pouco preocupado com o recorde que ficou por cumprir. Marca que ninguém alcançou no formato Champions, mas que o português viu compensada pelo quarto título europeu (a par de Clarence Seedorf e Iniesta), três dos quais nos últimos quatro anos, com as cores “merengues”.