Retirada dos EUA de Paris pode aumentar 0,3 graus na temperatura global
A anunciada “aliança climática” que está a unir alguns estados norte-americanos pode ajudar a atenuar o impacto negativo da decisão de Donald Trump.
A retirada dos EUA do acordo climático de Paris poderá significar, no pior dos cenários, um aumento de 0,3 graus Celsius das temperaturas globais até o final do século, segundo uma estimativa avançada esta sexta-feira pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), das Nações Unidas. Porém, a “aliança climática” que parece estar unir alguns estados norte-americanos determinados em cumprir os objectivos do Acordo de Paris pode contrariar as previsões mais pessimistas.
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A retirada dos EUA do acordo climático de Paris poderá significar, no pior dos cenários, um aumento de 0,3 graus Celsius das temperaturas globais até o final do século, segundo uma estimativa avançada esta sexta-feira pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), das Nações Unidas. Porém, a “aliança climática” que parece estar unir alguns estados norte-americanos determinados em cumprir os objectivos do Acordo de Paris pode contrariar as previsões mais pessimistas.
Os cenários dos especialistas sobre o impacto das alterações climáticas são difíceis de conceber e já eram bastante desanimadores antes da decisão anunciada esta quinta-feira pelo Presidente Donald Trump quer que o país saia do Acordo de Paris. Esta sexta-feira, Deon Terblanche, director do Departamento de Investigação e Meio Ambiente Atmosférico da WMO, avançou à agência Reuters que o abandono dos EUA pode significar um aumento de temperatura de 0,3 graus Celsius até ao final deste século. No entanto, o especialista frisa que não foi ainda executado nenhum modelo climático para avaliar o provável impacto da decisão de Donald Trump.
Enquanto os especialistas fazem contas ao prejuízo que o Presidente norte-americano poderá causar, há já alguns estados dos EUA que garantem que querem cumprir os limites impostos pelo Acordo de Paris, à revelia da decisão de Trump. Para já, a “aliança climática dos Estados Unidos” que pode minimizar os danos une os estados da Califórnia, Nova Iorque e Washington e está aberta a todos os interessados. Estes três estados representam cerca de um quinto da população e do produto interno bruto (PIB) total dos EUA, e produziram 11% das emissões poluentes totais norte-americanas em 2014, segundo dados da Agência de Informação Energética dos EUA, citados pelo site Politico.
As estimativas de vários especialistas apontam para uma emissão para atmosfera de 3000 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano em todo o mundo, segundo dados de 2014. A soma das emissões de CO2 de todos os países da União Europeia é 9% do total mundial, enquanto os EUA são responsáveis por 15% e a China por 30%.
Que o mundo vai aquecer até 2100 é certo. Resta saber quanto. O Acordo de Paris une quase 200 países no compromisso de tentar evitar que esse aumento de temperatura ultrapasse os dois graus Celsius. Os cientistas que estudam os efeitos das alterações climáticas sabem que mais do que isso terá efeitos desastrosos para o nosso planeta.