Avião evita colisão com drone quando se preparava para aterrar no Porto

Quando um drone se aproximou, o avião teve de efectuar diversas manobras para evitar a colisão.

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Em 2016, houve recebeu 31 reportes de incidentes com drones Reuters/FRANCOIS LENOIR

Um avião que se preparava para aterrar esta quinta-feira no aeroporto do Porto quase colidiu com um drone a 450 metros de altitude, obrigando a tripulação a realizar várias manobras, disseram à agência Lusa fontes do sector aeronáutico.

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Um avião que se preparava para aterrar esta quinta-feira no aeroporto do Porto quase colidiu com um drone a 450 metros de altitude, obrigando a tripulação a realizar várias manobras, disseram à agência Lusa fontes do sector aeronáutico.

O incidente ocorreu por volta das 16h40, no momento em que o Boeing 737-800, com capacidade para cerca de 160 passageiros, da companhia TVF, France Soleil, grupo Air France/KLM, estava na aproximação final para aterrar, a 3,5 quilómetros da pista 35, quando um drone se aproximou. O avião teve de efectuar diversas manobras para evitar a colisão, acrescentando as mesmas fontes que foi "a perícia da tripulação que evitou um grave acidente" com a aeronave que tinha descolado de Paris.

Contactada pela agência Lusa, a NAV Portugal (responsável pela gestão do tráfego aéreo) confirmou o incidente, acrescentando que o mesmo foi reportado à Autoridade Nacional da Aviação Civil e ao Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), que também já assumiu ter sido notificado deste incidente.

O director do GPIAAF explicou que, como este tipo de ocorrência não é de investigação obrigatória, e como o GPIAAF não dispõe de meios humanos para se dedicar às investigações que não sejam obrigatórias, este incidente não será investigado por este organismo.

O GPIAAF apenas dispõe, actualmente, de dois investigadores para a área aeronáutica. Nelson Oliveira sublinhou, contudo, que este tipo de incidentes são essencialmente do foro criminal. O director do GPIAAF relatou ainda que, desde o início do ano, este é o quarto reporte deste tipo de incidentes que chegaram ao GPIAAF: dois ocorreram em Lisboa e os outros dois, com o desta quinta-feira, no Porto.

Em 2016, o extinto Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) – que deu origem ao GPIAAF – recebeu 31 reportes de incidentes com Sistemas de Aeronaves Pilotadas Remotamente, vulgarmente designados por drones, a maioria registados nas proximidades do Aeroporto de Lisboa.

Dados facultados no ano passado pelo então GPIAA à Lusa mostravam que as restantes ocorrências se verificaram noutros aeroportos de Portugal continental e nas ilhas.

Um dos incidentes mais graves aconteceu na tarde de 11 de Dezembro, quando um funcionário alertou para a presença de um destes aparelhos sobre uma das placas do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Na ocasião, a situação obrigou ao cancelamento temporário da descolagem de um avião e condicionou durante cerca de meia hora a operação de uma das pistas do aeroporto.

Outro dos reportes foi feito a 21 de Dezembro no Aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, quando, durante uma revista, os funcionários encontraram na pista um drone que tinha sido avistado a sobrevoar a área de aproximação do aeroporto ao final de tarde do dia anterior. O aparelho nunca foi reclamado por ninguém.