Direcção do PS rejeita moção para instituir já eleições primárias
A ideia, apresentada por Daniel Adrião em 2016, será chumbada, por proposta da direcção do partido, a comunicar durante a próxima reunião da Comissão Nacional deste partido, no dia 17 deste mês.
A direcção do PS vai propor o chumbo da moção do socialista Daniel Adrião (da corrente interna minoritária) para a imediata institucionalização de eleições primárias nas escolhas de candidatos a deputados ou outros lugares de representação externa. Esta posição foi transmitida à agência Lusa pelo secretário nacional do PS para a Organização, Hugo Pires, e será comunicada durante a próxima reunião da Comissão Nacional deste partido, que se realizará em Lisboa, no dia 17 deste mês.
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A direcção do PS vai propor o chumbo da moção do socialista Daniel Adrião (da corrente interna minoritária) para a imediata institucionalização de eleições primárias nas escolhas de candidatos a deputados ou outros lugares de representação externa. Esta posição foi transmitida à agência Lusa pelo secretário nacional do PS para a Organização, Hugo Pires, e será comunicada durante a próxima reunião da Comissão Nacional deste partido, que se realizará em Lisboa, no dia 17 deste mês.
Entre os quatro pontos da ordem de trabalhos da próxima reunião da Comissão Nacional do PS, além da tradicional análise à situação política, consta um referente à "discussão e votação da proposta de alteração aos estatutos nos termos da deliberação do congresso" e que parte da moção apresentada pelo dirigente Daniel Adrião em 2016.
Porém, no PS, o processo para a discussão e votação deste ponto, em concreto, tem sido pouco pacífico, tendo o assunto chegado recentemente ao próprio órgão partidário de justiça.
Na última reunião da Comissão Nacional do PS, realizada no Porto, a direcção fez aprovar uma deliberação no sentido remeter para 2018 a discussão desta moção para instituir eleições primárias (abertas a independentes) nas escolhas de todos os cargos externos partidários (deputados, eurodeputados ou presidente de Câmara).
Daniel Adrião não se conformou e contestou formalmente a deliberação tomada pela maioria dos comissários nacionais na reunião do Porto, recorrendo então para a Comissão Jurisdição do PS.
Na semana passada, o órgão de justiça dos socialistas, após analisar o protesto de Daniel Adrião, decidiu pela obrigatoriedade de discussão e votação da moção setorial sobre eleições primárias em Comissão Nacional - o órgão máximo partidário entre congressos -, decisão que agora se vai dar cumprimento.
Em declarações à agência Lusa, o secretário nacional do PS para a Organização, Hugo Pires, adiantou que a direcção vai propor "a rejeição" do projecto de Daniel Adrião, mas ressalvou que o teor desse documento será aproveitado e fará parte do acervo a ser estudado pelo grupo de trabalho que prepara a revisão dos estatutos deste partido.
"Chumbamos agora essa proposta porque não queremos fazer uma revisão pontual dos estatutos do PS. O grupo de trabalho por mim liderado, do qual também faz parte Daniel Adrião, fará um trabalho muito mais alargado. O PS terá uns estatutos novos em 2018", vincou Hugo Pires, deputado eleito pelo círculo de Braga.
Também em declarações à agência Lusa, Daniel Adrião lamentou a possibilidade de a sua moção ser rejeitada no próximo dia 17.
"Remeter a revisão dos estatutos para 2018 significa que o PS vai ter mais um congresso nacional sem que o secretário-geral do partido seja eleito em primárias abertas a cidadãos independentes. Não há qualquer justificação para se adiar este passo do PS para 2018", sustentou o dirigente socialista.
Daniel Adrião afirmou ainda registar "a contradição" em torno do tema eleições primárias por parte de 50 dos atuais dirigentes do "núcleo duro do atual líder, António Costa, incluindo a sua secretária-geral Adjunta, Ana Catarina Mendes".
"Em 2013, quando era secretário-geral António José Seguro, este grupo de 50, então na oposição interna, entregou um abaixo-assinado a exigir eleições primárias no partido. O que mudou agora? É por estarem agora no poder que não interessa? Vão ter de explicar essa contradição", advertiu Daniel Adrião.