Alfândega da Fé cria rede de pequenos lares de idosos em escolas fechadas

Pequenos lares são mais parecidos "com uma casa de família", explica presidente da câmara.

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Todas as escolas rurais do município fecharam por falta de crianças Joana Bourgard

Alfândega da Fé inaugura, nesta quinta-feira, na localidade de Parada, a segunda residência para seniores numa antiga escola primária e que faz parte de uma rede de pequenos lares que o município do distrito de Bragança pretende criar.

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Alfândega da Fé inaugura, nesta quinta-feira, na localidade de Parada, a segunda residência para seniores numa antiga escola primária e que faz parte de uma rede de pequenos lares que o município do distrito de Bragança pretende criar.

A escolha da data da inauguração é simbolicamente o Dia Mundial da Criança, por ter sido a falta de crianças que levou ao encerramento de todas as escolas rurais, que a câmara municipal decidiu reaproveitar para alojamentos turísticos e para pequenos lares de idosos.

Depois de Jebelim, é a vez de Parada ganhar um novo equipamento social para 14 idosos, com oito funcionários, inserido "numa política de apoio à construção de pequenas residências para seniores”, como explicou à Lusa a presidente da câmara, Berta Nunes.

"Consideramos que é desumano, embora muitas vezes ouvimos o argumento de que é mais rentável, ter grandes lares em que concentramos e em que desenraizamos os idosos", defendeu.

A aposta passa por criar várias soluções de pequenas dimensões e a autarca espera conseguir ultrapassar constrangimentos que impedem um trabalho em rede, como por exemplo uma instituição particular de solidariedade social (IPPS) poder distribuir as refeições por todas ou partilhar o serviço de lavandaria.

Manter as pessoas nas aldeias

"Apesar de haver um discurso de que as instituições devem funcionar em rede e haver sinergias, foi-nos dito que não poderiam fornecer as refeições por regras da própria Segurança Social", contou, defendendo que esta questão deve ser discutida e que "não faz sentido que cada pequeno lar replique tudo o que os outros têm".

A autarca defende este modelo de pequenos lares, que são comparticipados pela Segurança Social, e que considera "mais parecidos com a casa de uma família", além de estarem situados em pequenas freguesias e criarem emprego local,

"Criam emprego local, ficam as pessoas nas aldeias, evitam o desenraizamento dos idosos, conhecem as pessoas, podem sair e andar à vontade pela aldeia, interagem com as pessoas da aldeia", concretizou.

Berta Nunes vinca que "são vantagens para humanizar mais os cuidados prestados a muitos idosos".

Estas residências seniores são geridas por IPSS que o município ajudou a criar na própria aldeia, o que "cria mais dinâmica social", com "as pessoas a implicarem-se mais num trabalho comunitário".

Os 14 residentes do equipamento a inaugurar em Parada têm "uma média de idades a rondar os 85 anos" e vão partilhar o espaço com idosos que ali pretendam passar férias ou uma temporada, já que a residência tem também uma vertente turística.

Esta resposta social de proximidade foi criada pela Associação Para o Apoio Social de Parada e pelo Município de Alfândega da Fé com o apoio do Fundo do Baixo Sabor, uma contrapartida pela construção da barragem naquela zona de Trás-os-Montes.

O investimento rondou o meio milhão de euros.