"Tem feito falta ao mundo o protagonismo da UE", diz Presidente da República

Para Marcelo Rebelo de Sousa, essa perspectiva "é fundamental para o equilíbrio mundial".

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O Presidente da República esteve presente na Grande Conferência “Europa, para onde vamos?", promovida pelo Jornal de Notícias, no Mosteiro de São Bento da Vitória, Porto LUSA/RICARDO CASTELO

O Presidente da República disse, esta segunda-feira, que tem faltado ao mundo o protagonismo da União Europeia, advertindo que quem quer construir uma Europa tem de contar consigo.

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O Presidente da República disse, esta segunda-feira, que tem faltado ao mundo o protagonismo da União Europeia, advertindo que quem quer construir uma Europa tem de contar consigo.

"Se queremos construir uma Europa, temos de ser nós a construí-la. Não podemos contar com a iniciativa, a liderança, a benevolência, a condescendência dos aliados, amigos ou vizinhos na Europa. Quaisquer que eles sejam. Mais aliados num momento, menos aliados no momento seguinte. Mais próximos num instante, menos próximos no momento seguinte", disse Marcelo Rebelo de Sousa na abertura de uma conferência que decorre durante a tarde desta segunda-feira, no Porto.

Europa, para onde vamos? é o tema do encontro, onde o Presidente da República comentou as declarações de domingo da chanceler alemã, Ângela Merkel, que instou os países da União Europeia a manterem-se unidos e a tomarem as rédeas do seu destino.

Com opinião semelhante, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "contar para um projecto com os aliados efectivos ou eventuais desse projecto é uma forma de demissão própria" e recordou que há cerca de um ano expôs no Parlamento Europeu as suas ideias sobre a Europa mas entretanto surgiram dois acontecimentos: o referendo britânico e as eleições nos EUA.

"A responsabilidade é nossa, de todos, não é deles [aliados, amigos ou vizinhos]. O que tem feito falta ao mundo é o protagonismo da União Europeia no domínio da política externa. E esse protagonismo é fundamental para o equilíbrio mundial", disse o chefe de Estado português.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que se aguarda "a definição de posições claras da parte de protagonistas cimeiros da realidade internacional" e que existem "pela frente vários problemas em simultâneo", tendo enumerado desafios que vão desde a superação da crise, à afirmação do crescimento passando pelo terrorismo, migrações, entre outros.