Cimeira Ibérica: manifestação em Vila Real para colocar Almaraz na agenda

O protesto foi convocado pelo Movimento Ibérico Antinuclear para o primeiro dia de trabalhos da cimeira luso-espanhola, mas que hoje se realiza a bordo de um barco no rio Douro.

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Cimeira ibérica decorre entre 29 e 30 de Maio LUSA/DIEGO CRESPO / HANDOUT

Activistas, ambientalistas e representantes de partidos políticos concentraram-se esta segunda-feira em Vila Real para exigir o encerramento da Central Nuclear de Almaraz e colocar o tema na agenda da cimeira dos Governos ibéricos. O protesto foi convocado pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) para o primeiro dia de trabalhos da Cimeira Luso-Espanhola, mas que hoje se realiza a bordo de um barco no rio Douro.

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Activistas, ambientalistas e representantes de partidos políticos concentraram-se esta segunda-feira em Vila Real para exigir o encerramento da Central Nuclear de Almaraz e colocar o tema na agenda da cimeira dos Governos ibéricos. O protesto foi convocado pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) para o primeiro dia de trabalhos da Cimeira Luso-Espanhola, mas que hoje se realiza a bordo de um barco no rio Douro.

Foram cerca de 30 os manifestantes que se juntaram esta manhã na praça do município de Vila Real e gritaram as palavras de ordem “Cerrar Alamaraz y todas las démas”. Empunharam ainda cartazes em que se podia ler: “Portugal contra a central de Almaraz”, “Basta de poluição”. Dois dos activistas vestiram-se de barris nucleares, amarelos e pretos. 

“Esta concentração em Vila Real pretende simbolicamente iniciar a cimeira ibérica que vai decorrer, mas onde, infelizmente, o tema Almaraz e energia nuclear não foi colocado na ordem de trabalhos”, afirmou Nuno Sequeira, dirigente da Quercus. “Achamos que é lamentável e não é aceitável, uma vez que este tem sido um dos temas mais recorrentes ao longo do último ano nas relações entre Portugal e Espanha e, uma vez que esse tema não está na ordem de trabalhos, estamos nós próprios aqui a lançá-lo”.

Francisca Blanco, activista do MIA, veio de Espanha para protestar contra Almaraz e a energia nuclear. “Nem os espanhóis nem os portugueses querem mais energia nuclear, mais resíduos nucleares e mais indústria desse tipo. Não queremos. Portugal demonstra ao povo espanhol que pode viver perfeitamente com energias renováveis. Pode-se viver sem energia nuclear e com energias renováveis”, salientou a activista.

José Luís Ferreira, dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes”, fez questão de reafirmar a oposição ao prolongamento da central nuclear e exigir ao Governo português uma “posição muito clara e firme” sobre Almaraz. “Queremos que o Governo se oponha de uma forma convicta contra a construção do armazém para resíduos nucleares e lamentamos que não tenha incluído na agenda da cimeira o tema de Almaraz”, salientou.

Pedro Soares, do Bloco de Esquerda (BE), lembrou que os Governos português e espanhol vão debater a protecção civil transfronteiriça durante a cimeira. “Era bom que se preocupassem com a protecção civil em caso de acidente na Central Nuclear de Almaraz”, reforçou. “Era uma questão fundamental que estivesse presente nos debates desta cimeira ibérica”.

A central nuclear fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal. É por isso, segundo Nuno Sequeira, a central que mais perto está de Portugal e aquela que mais impactos pode ter no nosso país no caso de acontecer um acidente.