Falar balneário
Em defesa de Trump é preciso dizer que ele só é fotografado com pessoas que o detestam. Os que não o detestam são condescendentes com ele.
São divertidos os jogos de mãos de Donald Trump. Não sei quem é que lhe limpou melhor o sarampo, se foi o aperto de mão de Emmanuel Macron ou o piparote de Melania Trump.
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São divertidos os jogos de mãos de Donald Trump. Não sei quem é que lhe limpou melhor o sarampo, se foi o aperto de mão de Emmanuel Macron ou o piparote de Melania Trump.
As mãozinhas do homem, papudas e acabadas a dedo curto, inspiraram a revista Spy a apoucar-lhe a masculinidade, levando Trump a anunciar ao mundo que não é verdade, que é bem dotado.
Quando foi gravado a gabar-se que não havia pussies que não estivessem ao alcance dele, desculpou-se a dizer que era só conversa de balneário. É verdade. Só que tudo o que Trump diz é conversa de balneário. Mesmo quando está calado - quando se recusa a apertar a mão de Angela Merkel, quando empurra Dusko Markovic - a linguagem gestual dele é conversa de balneário. O homem só sabe falar balneário. Até tweeta em balneário.
Não é um balneário adulto ou educado, note-se. Não. É um balneário de bazófia, de machola calçudo com cigarrinho no canto da boca.
Em defesa de Trump é preciso dizer que ele só é fotografado com pessoas que o detestam. Os que não o detestam são condescendentes com ele. É natural que ele se sinta desprezado. É, de facto, desprezado. Só não lhe viram as costas porque ele é presidente dos EUA.
Há quem diga que temos de respeitar Trump por isso mesmo. Mas não temos. Nem é só por não sermos americanos: nem sequer os americanos têm de respeitá-lo.
Apesar de ser esta a parte mais engraçada da história é incrível que o próprio Trump ainda não a tenha percebido. Que demore o mais tempo possível, é a única coisa que se pede.