Brasileiros vão retirar Cimpor da bolsa
A Intercement, da Camargo Correa, assegura que “com esta proposta não pretende afectar as actividades da companhia em Portugal ou nas restantes geografias onde opera".
A Intercement Austria, detida pelo grupo brasileiro Camargo Corrêa e que controla 95% do capital da Cimpor, convocou uma assembleia geral extraordinária para 21 de Junho com o objectivo de retirar do mercado a cimenteira portuguesa, que adquiriu em 2012.
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A Intercement Austria, detida pelo grupo brasileiro Camargo Corrêa e que controla 95% do capital da Cimpor, convocou uma assembleia geral extraordinária para 21 de Junho com o objectivo de retirar do mercado a cimenteira portuguesa, que adquiriu em 2012.
O ponto único da reunião magna é "deliberar sobre a perda da qualidade de sociedade aberta" da Cimpor, lê-se na convocatória disponível na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Os brasileiros justificam esta decisão com a "elevada concentração do capital social da Cimpor no accionista maioritário subscritor desta proposta [Intercement] e a consequente reduzida dispersão das suas acções pelo público em geral", que é apenas de 4,9%, bem como os "níveis de transacção em mercado pouco significativos" e a ausência da cimenteira dos "principais índices bolsistas".
A Intercement também realça que não existe cobertura activa de equity research sobre a companhia, apontando ainda para "o aparente afastamento dos accionistas minoritários com a sociedade evidenciado pela ausência dos mesmos nas assembleias gerais da Cimpor".
Por outro lado, a companhia assinala "a evolução negativa das operações industriais no principal mercado da empresa (Brasil) e a deterioração expressiva dos seus capitais próprios e crescimento da dívida financeira".
Por último, a Intercement considera que não estão reunidas as condições para avançar, no curto prazo, com o aumento de capital com recurso a subscrição pública que tinha anteriormente projectado.
A empresa não descarta a possibilidade de "poder oportunamente voltar a abrir o seu capital, não obstante a impossibilidade de readmissão das suas acções à negociação em mercado regulamentado no prazo de um ano". E remata: "A Intercement assegura que com esta proposta não pretende afectar as actividades da companhia em Portugal ou nas restantes geografias onde opera".
Para efectivar esta operação, a Intercement compromete-se a comprar as acções dos minoritários por um "valor equivalente ao preço médio ponderado das acções da Cimpor no mercado Euronext durante os últimos seis meses", garantindo que, durante este período, não adquiriu quaisquer acções da cimenteira.
Em 2012, a InterCement, empresa da brasileira Camargo Corrêa, subiu a sua posição na Cimpor de 33% para 95%, num investimento de 1,5 mil milhões de euros, em resultado da oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a cimenteira portuguesa.