Marcelo só tomará posição sobre eutanásia quando lhe chegar diploma: “Até lá, nem uma palavra”

O chefe de Estado garante que vai ficar em silêncio, para não condicionar o debate e também “para ficar de mãos livres para decidir” em função do que lhe for apresentando.

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Debate sobre a eutanásia decorre em Lisboa Rui Gaudencio

O Presidente da República disse nesta segunda-feira que só tomará uma posição sobre a eutanásia e o suicídio medicamente assistido se chegar algum diploma a Belém. Até lá garante que vai ficar em silêncio para não condicionar o debate.

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O Presidente da República disse nesta segunda-feira que só tomará uma posição sobre a eutanásia e o suicídio medicamente assistido se chegar algum diploma a Belém. Até lá garante que vai ficar em silêncio para não condicionar o debate.

“A minha posição é muito simples: não vou tomar nenhuma posição até ao final do processo, qualquer que ele seja. Só tomarei uma posição se tiver de tomar em termos constitucionais. Se chegar a Belém um diploma, ou mais do que um, para promulgar. Até lá nem uma palavra sobre a matéria, em substância. Apenas o apelo ao debate. Para não condicionar a liberdade de ninguém. Não faz sentido convocar e apelar a um debate e depois querer condicioná-lo. E por outro lado para ficar de mãos livres para decidir em função do que me for apresentado”, disse, depois de ter aberto o ciclo de debates Decidir sobre o final da vida, organizado pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

O chefe de Estado elogiou a iniciativa: “[O Conselho Nacional de Ética] organizou em muito pouco tempo debates em todo o país. Daqui até ao dia 5 de Dezembro, continente e regiões autónomas, com tudo o que pode haver de especialistas e de profissionais, interessados numa matéria que é multidisciplinar, médicos, filósofos, juristas, psicólogos, sociólogos, representantes das associações ou organizações ligadas a esta matéria. Penso que isso é muito, muito importante para que os portugueses possam alargar o debate a nível nacional”.