Lupi, o cão labrador que vai mudar a vida de João
Cão vai ser entregue pela Ânimas a um bolseiro de investigação e vai ajudar o estudante a prosseguir o seu doutoramento "Vai ser muito bom tê-lo aqui", diz
A associação Ânimas, do Porto, entrega neste domingo, 28, um cão de assistência a um bolseiro de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia com mobilidade reduzida, permitindo-lhe nomeadamente prosseguir o doutoramento em informática, na área da acessibilidade digital.
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A associação Ânimas, do Porto, entrega neste domingo, 28, um cão de assistência a um bolseiro de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia com mobilidade reduzida, permitindo-lhe nomeadamente prosseguir o doutoramento em informática, na área da acessibilidade digital.
A chegada do Lupi, um cão da raça labrador preto, de dois anos, à vida de João Sousa e Silva, de Leiria, praticamente cego e com 98% de incapacidade geral, surgiu após um contacto estabelecido há cerca dois anos e meio com a Ânimas - Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social.
Portador de uma doença rara - a neurofibromatose tipo 2 - João Sousa e Silva vai passar a interagir com o cão, facto que, confessou à agência Lusa vai ampliar-lhe a capacidade de gerir o seu quotidiano. "A doença retira-me a motricidade normal pelo que a chegada do Lupi terá um impacto enorme na minha vida, ao nível físico, psicológico e social", elencou o beneficiário do 12.º cão de assistência entregue por aquela associação. E continuou: "A chegada do cão vai fazer-me andar pois, no pouco tempo que estive com ele - nas sessões de adaptação -, fiquei fisicamente melhor".
Estabilidade postural, auxílio no recuperar de objectos caídos, capacidade de recuperação de orientação dentro de casa e apoio foram as outras mais-valias apontadas pelo beneficiário de um cão que trará ganhos também ao nível psicológico "pela companhia que dá a alguém que passa muito tempo sozinho em casa em frente ao computador a investigar".
"Pelo carinho, pela atenção, pelo permitir que lhe toque. Vai ser muito bom tê-lo aqui", disse à Lusa completando a descrição das mais-valias com um toque bem-humorado quando convidado a falar nos ganhos a nível social. "Bom, socialmente, porque é um evento de cada vez que estou na rua com o cão, pois ele é um facilitador social, ainda que o tratador me tenha avisado que não irei poder usufruir de toda essa componente dado já ser casado", observou o estudante de 33 anos residente em Leiria.
Criada em 2002, a Ânimas já entregou doze cães de assistência, sendo que onze foram para prestar assistência social e um para surdos, todos eles sem custos para os beneficiários. Um deles, treinado por Sónia e Hugo, como o P3 contou há meses. Os cães labrador atingem a idade adulta, em média, aos 18 meses.