“O graffiti é algo que é nosso, que vem de dentro"
Durante quatro dias o “Muro das Amoreiras”, um símbolo de arte urbana da capital desde anos 90, foi grafitado por profissionais. “Levamos uma vida de artista de rua, como a de quem toca música na rua, por exemplo”, explica Slap, writer desde os 12 anos
A “tela” tem 750 metros quadrados e quatro dias foram o suficiente para 17 writers a preencherem. As tintas e os rolos entraram em acção na passada quinta-feira para dar uma nova expressão ao “Muro das Amoreiras”, em Lisboa. Utopia lançou o desafio, Nomen aceitou e juntaram-se com mais 15 amigos na Avenida Conselheiro Fernando de Sousa para “cada um deixar a sua mensagem e à sua maneira”, explica Nomen, artista de arte urbana e organizador do evento.
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A “tela” tem 750 metros quadrados e quatro dias foram o suficiente para 17 writers a preencherem. As tintas e os rolos entraram em acção na passada quinta-feira para dar uma nova expressão ao “Muro das Amoreiras”, em Lisboa. Utopia lançou o desafio, Nomen aceitou e juntaram-se com mais 15 amigos na Avenida Conselheiro Fernando de Sousa para “cada um deixar a sua mensagem e à sua maneira”, explica Nomen, artista de arte urbana e organizador do evento.
Writer há 28 anos, Noemen defende que o diálogo através da arte não pode ser desvirtuado por lobbies elitistas. “Estamos fartos da maneira como é feita a selecção para eventos desta área e, por isso, criámos a nossa cena”.
“O graffiti é algo que é nosso, que vem de dentro, não queríamos que houvesse um tema”, explica. E acrescenta “O nosso tema aqui somos sós, sem restrições”.
Slap descobriu a arte espontânea aos 12 anos e nunca mais parou. Há dois anos, grafitou, no muro das Amoreiras, o conhecido desenho de Luaty Beirão com uma coroa de espinhos, mas decidiu tapá-lo todo de preto e substitui-lo por Darth Veder, uma das personagem mais icónicas de Star Wars. Escolheu os tons de branco, cinzento, preto e o laser a vermelho, e escreveu a frase Who is your father? (Quem é o teu pai?). O artista e presidente da Associação Portuguesa de Arte Urbana deixa a “interpretação para cada um a tirar por si mesmo”.
Amor “escreve na parede” há 15 anos e optou por desenhar as letras do seu próprio nome. Ao recordar o início do percurso, confessa que quando se entra no mundo da arte urbana “a vontade é de pintar tudo”.
Nark, writer desde os 18, também pensa dessa forma: “No início é um vício, até adormecia a pensar no que ia pintar no dia seguinte”.
As obras de arte de Amor, Brayone, Chure, Creiz, Eko1, Mar, Mosaik, Nark, Nomen, Ram, Rote, Slap, Smile, Styler, Utopia, Vespa e YouthOne, podem ser apreciadas por todos no muro mais grafitado de Lisboa desde o último fim-de-semana.
Texto editado por Ana Fernandes