Campanha de Teresa Leal Coelho em Lisboa arranca em três semanas
Candidatura já tem director financeiro e agência de comunicação, mas ainda não começou a fazer contactos para as listas e só apresentará o programa "mais à frente".
A campanha da candidata do PSD a Lisboa arranca no final deste mês ou no princípio de Junho com cartazes e acções no terreno. “É o timing que estava pensado”, afirmou ao PÚBLICO Teresa Leal Coelho.
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A campanha da candidata do PSD a Lisboa arranca no final deste mês ou no princípio de Junho com cartazes e acções no terreno. “É o timing que estava pensado”, afirmou ao PÚBLICO Teresa Leal Coelho.
Com a adversária à direita do PSD em acção há vários meses, o apagamento mediático da candidata social-democrata desde que anunciou que avançava – em meados de Março deste ano - estava a gerar alguma perplexidade e nervosismo no partido em Lisboa.
A deputada e vice-presidente de Pedro Passos Coelho, no PSD, tem estado a preparar a candidatura, fazendo agora um trabalho mais minuncioso nos dossiers de Lisboa que já tratava como vereadora. Assume que tem resistido às pressões do calendário e terá a primeira fase visível da campanha o mais tardar no princípio de Junho.
O programa da candidatura só será conhecido “mais à frente” e está a ser preparado tendo em conta vários contributos, entre os quais a proposta elaborada por José Eduardo Martins, o cabeça de lista à Assembleia Municipal. Desde que surgiu como candidata que Teresa Leal Coelho tem estado em contacto e a trabalhar com o antigo deputado que é visto como um crítico do líder do PSD. “Estamos em sintonia sobre Lisboa”, assegura a candidata.
Nesta altura, Teresa Leal Coelho ainda não quer adiantar quais as prioridades do seu programa, mas a questão da mobilidade será incontornável. Numa entrevista ao Observador, no final de Março, a vereadora considerou “desnecessária” a “guerra” feita ao automóvel em Lisboa. Nessa ocasião, elegeu também como prioridade a criação de melhores condições para o arrendamento na cidade, tendo ainda referido que existe “muita habitação social degradada” e “fogos desabitados que não são recuperados para habitação social. Já mais recentemente, na passada semana, depois de a candidata do CDS, Assunção Cristas, ter avançado com a proposta de alargamento do metro com 20 novas estações, a social-democrata definiu uma posição diferente. Naquela altura, sem ter ouvido a proposta lançada no Parlamento, Teresa Leal Coelho afirmou preferir repor as carruagens retiradas nos últimos anos e melhorar a qualidade do serviço.
José Eduardo Martins, advogado, é o único nome dado como certo na candidatura que já conta com o trabalho da agência de comunicação Lift World. Ainda não foi apresentado o director de campanha nem ainda houve convites para a vereação. Mas já foi escolhido o director financeiro: é Rogério Jóia, presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal e ex-inspector da Polícia Judiciária.
Os candidatos às juntas de freguesia foram escolhidos e aprovados pela distrital do PSD. Dos cinco actuais presidentes sociais-democratas, só um não foi reconduzido como candidato: Daniel Gonçalves, da junta de freguesia das Avenidas Novas, pai do actual líder da concelhia do PSD-Lisboa. Segue-se agora a escolha dos candidatos à assembleia de freguesia, que será feita com os mesmos critérios dos restantes: têm de ser competentes, ter uma profissão e não dependerem apenas da actividade política. Esses são os critérios impostos pela candidata.
Ainda antes da aprovação dos candidatos pela distrital de Lisboa do PSD, Teresa Leal Coelho já tinha afirmado, em entrevista, que só aceitava pessoas na sua equipa que não se sirvam da política mas que sirvam a cidade. A candidata tem trabalhado com a distrital do partido, mas não com a concelhia. Essa ruptura foi um dos motivos que levou à demissão do presidente Mauro Xavier, que já foi um apoiante de Passos Coelho e que entretanto assumiu o afastamento.
Os próximos meses vão exigir que a candidata tenha de conciliar esse seu novo papel com os que já desempenha. Como deputada é presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, mas é também professora universitária, funções de que não vai abdicar até às eleições de 1 de Outubro.
A primeira iniciativa pública relevante em que Teresa Leal Coelho participa na qualidade de candidata é a convenção autárquica de Lisboa, que se realiza hoje, mas a própria assegura que não é uma acção de campanha. Essas vão começar dentro de algumas semanas.
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Candidatos do distrito de Lisboa em convenção
A convenção autárquica distrital de Lisboa realiza-se hoje, com a participação de vários candidatos do distrito, entre os quais Teresa Leal Coelho, bem como o líder do partido e o coordenador autárquico.
Depois da sessão de abertura da coordenadora autárquica distrital, Maria José Cruz, e do coordenador autárquico nacional, Carlos Carreiras, há três painéis com candidatos da região. O primeiro terá Teresa Leal Coelho, Carlos Carreiras, candidato a Cascais e actual presidente do município em coligação com o CDS, e Ângelo Pereira que é cabeça de lista em Oeiras.
No segundo, foram convidados os candidatos à Amadora, Carlos Silva, e a Mafra, Hélder Sousa, actual presidente da câmara. Os candidatos à Azambuja, Rui Corça, a Loures, André Ventura, e a Vila Franca de Xira, Helena Pereira de Jesus, serão os oradores do terceiro e último painel.
Com o lema "Do local às pessoas, afirmar a proximidade", a convenção decorrerá num hotel em Lisboa e terá no encerramento uma intervenção do líder do partido, Pedro Passos Coelho, e do presidente da distrital, Miguel Pinto Luz.
No âmbito das eleições autárquicas de Outubro, o PSD promove 19 convenções distritais, duas regionais e um encontro nacional que está marcado para a próxima semana, na Maia, distrito do Porto. Desse encontro deverá sairá “uma carta de compromissos assumidos pelos candidatos nas listas do PSD, para o novo mandato autárquico”.