César sobre nomeações para as "secretas": “PSD não pode ter tudo para si”
O PS vai voltar a rejeitar o nome de Teresa Morais para o Conselho de Fiscalização das secretas. César diz que é por a candidata ser da direcção do PSD. PS fala em alívio fiscal “intenso”
O PSD diz que não vai deixar cair a candidatura de Teresa Morais para o Conselho de Fiscalização dos serviços de informação e o PS vai continuar a dizer que não. O líder parlamentar dos socialistas explicou esta manhã, no final da reunião do grupo parlamentar que o nome da deputada e vice-presidente do partido não serve para os socialistas porque não tem distanciamento em relação à direcção partidária.
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O PSD diz que não vai deixar cair a candidatura de Teresa Morais para o Conselho de Fiscalização dos serviços de informação e o PS vai continuar a dizer que não. O líder parlamentar dos socialistas explicou esta manhã, no final da reunião do grupo parlamentar que o nome da deputada e vice-presidente do partido não serve para os socialistas porque não tem distanciamento em relação à direcção partidária.
“Há um distanciamento em relação as direcções partidárias que importa, num cargo com esta natureza, cultivar. Era o que acontecia com o actual presidente, não obstante ser do PSD, que mantinha essa independência. Esta candidatura foi uma candidatura muito associada ao controlo partidário de uma instituição que deve estar longe desse tipo de perfil”, disse César sobre a candidata do PSD, Teresa Morais que é, ao mesmo tempo, vice-presidente da comissão política nacional do partido.
O socialista diz que disse ao líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que estaria de acordo com a continuidade no cargo do actual presidente, o social-democrata Paulo Mota Pinto, ou de outro nome com as mesmas características. E lamenta que o PSD insista num nome que sabe não ter o acordo da maioria. “Se o PSD quer fazer com isso, como fez com Correia de Campos, uma jogatana política e se não quer encarar com seriedade aauilo que é uma cumplicidade mínima no sentido do respeito pela Assembleia da República e pela opinião de todos os partidos, caminha nesse sentido”, disse, referindo que o PSD acaba por sujeitar uma candidatura que verá os deputados votarem contra o seu nome.
“Também me parece ser aceitável que o PSD pondere que não pode ter tudo para si e que não pode ser sempre a sua opinião a vigorar”, referiu ainda.
Aos jornalistas, o socialista referiu ainda que já falou ao PSD na necessidade de nomeação de um Provedor de Justiça, e que esse nome deveria ser social-democrata, mas que até à data não foi apresentado qualquer nome e por isso este cargo não está ainda em negociações.
PS fala em alívio fiscal “intenso”
O que está em negociações é o Orçamento do Estado para 2018, mas com os partidos que apoiam o Governo. E sobre esse assunto, César continua a falar com cautelas, apesar de referir que não está estabelecido ainda um valor para o alívio fiscal no IRS.
O PCP propôs a António Costa um alívio superior ao que consta no Programa de Estabilidade (200 milhões de euros), com a passagem dos actuais cinco escalões de IRS para dez e o BE quer o triplo do alívio, propondo uma redução de 600 milhões de euros. Questionado sobre qual a posição do PS, Carlos César diz que o crescimento do país pode favorecer um alívio “de forma mais intensa” da carga fiscal, mas que não há um valor definido.
“O que está em análise é qual a dimensão desse alívio no Orçamento de 2018. Não partimos com quantitativos pré-estabelecidos como fixos, mas ao longo dos trabalhos preparatórios do Orçamento e do diálogo com os parceiros chegaremos a uma solução que confirma essa tendência de alivio da carga fiscal”, disse.
Contudo, o PS continua a insistir na ideia que em primeiro lugar está o equilíbrio orçamental. “O governo já o disse e o PS reitera que nós temos uma carga fiscal excessiva no país, quer sobre as pessoas quer sobre as empresas, e o nosso esforço será o de, preservando o equilíbrio orçamental, preservando a afectação de recursos a outras áreas de crescimento, caminhar-se no sentido do alívio fiscal e fazê-lo de forma mais intensa possível”, defendeu.