Porque é que se abre uma galeria em Lisboa?
Galeria Francisco Fino abriu esta semana em Marvila, com uma inauguração por onde terão passado mil pessoas.
“Foi tudo para aproveitar um bocadinho a onda da ARCOlisboa.” Com a chegada prevista de galeristas, artistas e coleccionadores a Lisboa — há quem tenha vindo directamente da Bienal de Veneza para a ARCO —, Francisco Fino organizou nesta segunda-feira um jantar para 480 convidados capaz de marcar a inauguração da sua nova galeria em Marvila (Rua Capitão Leitão), um espaço de 400 metros quadrados situado quase em frente da Galeria Baginski e que há meses prometia abrir.
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“Foi tudo para aproveitar um bocadinho a onda da ARCOlisboa.” Com a chegada prevista de galeristas, artistas e coleccionadores a Lisboa — há quem tenha vindo directamente da Bienal de Veneza para a ARCO —, Francisco Fino organizou nesta segunda-feira um jantar para 480 convidados capaz de marcar a inauguração da sua nova galeria em Marvila (Rua Capitão Leitão), um espaço de 400 metros quadrados situado quase em frente da Galeria Baginski e que há meses prometia abrir.
Fino, 31 anos, pediu emprestado um armazém em ruínas situado mesmo ao lado da galeria, à espera de obras para se dividir em lofts, e construiu um cenário para uma festa por onde terão passado cerca de mil pessoas.
A Galeria Francisco Fino é um dos três novos espaços que abrem esta semana em Lisboa, juntamente com outras duas novas galerias estrangeiras, a tempo da pré-inauguração da feira na Cordoaria Nacional, marcada para terça-feira às 16h.
Já passaram oito anos desde que o galerista chegou de Nova Iorque, onde esteve a estudar, e apanhou a crise em cheio. “Vi tudo estagnado. Comecei a apalpar terreno para ver se havia espaço para abrir uma galeria. Desde 2012 que tenho projectos nómadas em parceria com outras instituições. Fiz o trabalho de casa todo.”
Agora, “está claramente tudo a mexer em Lisboa”, defende Fino: um galerista italiano como Matteo Consonni instalou-se na Madragoa, chegou a ARCOlisboa e “há vários artistas extraordinários sem galeria”.
E qual é a ambição da Galeria Francisco Fino? “Uma galeria é evidentemente um espaço comercial que precisa de vendas para sobreviver, mas é necessário desenvolver trabalho com os artistas. Pô-los em colecções internacionais, fazer uma aproximação aos curadores, trazer para cá artistas estrangeiros. Tem de existir o trabalho com as feiras para internacionalizar os artistas portugueses, porque uma galeria não se pode reduzir ao mercado local.”
Com uma exposição inaugural com curadoria de João Laia, a galeria abre com uma colectiva de 17 artistas que mistura nomes da galeria com convidados: Adrien Missika, Alexandre Estrela, Arnout Meijer, Caroline Achaintre, Débora Delmar, Diana Policarpo, Gabriel Abrantes, Irma Blank, José Pedro Cortes, Karlos Gil, Maria Loboda, Mariana Silva, Marta Soares, Sasha Litvintseva, Saskia Noor Van Imhoff , Tris Vonna-Michell e Vasco Araújo.