Pedro Sánchez elogia a “geringonça” portuguesa de “António Soares”
Candidatos à liderança do PSOE debateram ideias para o futuro de Espanha. Ex-secretário-geral quer regressar à liderança para mimetizar a solução governativa do país vizinho.
Os três candidatos à liderança do Partido Socialista espanhol (PSOE) defrontaram-se esta segunda-feira à noite num debate. Pedro Sánchez, secretário-geral entre 2014 e 2016, chegou a elogiar a solução governativa encontrada em Portugal, mas equivocou-se ao referir o nome do primeiro-ministro do país vizinho: o antigo líder socialista misturou os nomes de António Costa e Mário Soares, criando o líder “António Soares”.
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Os três candidatos à liderança do Partido Socialista espanhol (PSOE) defrontaram-se esta segunda-feira à noite num debate. Pedro Sánchez, secretário-geral entre 2014 e 2016, chegou a elogiar a solução governativa encontrada em Portugal, mas equivocou-se ao referir o nome do primeiro-ministro do país vizinho: o antigo líder socialista misturou os nomes de António Costa e Mário Soares, criando o líder “António Soares”.
Com as primárias do partido marcadas para o próximo domingo, 21 de Maio, Pedro Sánchez, Susana Díaz — antiga líder socialista na Andaluzia — e Patxi López (ex-líder do PSOE no País Basco) esgrimiram argumentos, tendo estes dois candidatos acusado Sánchez, que liderou o PSOE até 1 de Outubro do ano passado, de ser o responsável da actual crise socialista em Espanha.
Numa fase do debate em que Sánchez explicava as soluções políticas que traria para o país, o socialista acabou por elogiar a “via portuguesa” e o “acordo vanguardista de esquerdas”, liderado pelo primeiro-ministro português. Apesar disso, e depois de duas eleições legislativas onde nenhum partido conseguiu obter maioria parlamentar, Sánchez não conseguiu concluir negociações para formar o Governo e, dessa maneira, obter uma solução semelhante à utilizada em Portugal.
No entanto, as explicações dadas por Sánchez não evitaram que os adversários, especialmente Díaz, o classificassem como “perdedor”, referindo-se às duas eleições legislativas perdidas para o Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy, realizadas durante o ano em que Espanha se manteve sem Governo.
Sánchez respondeu com várias acusações dirigidas a Susana Díaz, que acabou por atirar a frase que marcou o debate: “No mientas, cariño.” (“Não mintas querido”). A candidata garantiu ainda que se a sua liderança não se materializar em resultados eleitorais pedirá a demissão, acrescentando que a sua primeira medida será pedir o afastamento do chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy.
O PSOE vive uma crise com vários relatos de divisões profundas no seio do partido. Como argumenta a imprensa espanhola, estas divisões foram confirmadas e colocadas em prática no debate desta segunda-feira.
Segundo uma sondagem do Sigma Dos para o El Mundo, 52% dos inquiridos votariam em Sánchez para a liderança do PSOE, apesar das derrotas eleitorais averbadas, 27,1% escolheria Díaz e 14,4% optaria por Patxi López. Além disso, o inquérito mostra que, com Sánchez ao leme, os socialistas obteriam 28,2% nas legislativas, aproximando-se dos 29,9% do PP de Rajoy — o melhor resultado de entre os três candidatos.