Rei Ghob recusa-se a falar no primeiro dia de julgamento
A cumprir 25 anos de prisão por homicídio de três jovens, Francisco Leitão responde agora por mais de 500 crimes de violação de menores.
O homem que ficou conhecido por Rei Ghob começou esta segunda-feira a ser julgado no Tribunal de Loures, tendo-se recusado a prestar declarações sobre os 542 crimes de violação de menores pelos quais responde.
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O homem que ficou conhecido por Rei Ghob começou esta segunda-feira a ser julgado no Tribunal de Loures, tendo-se recusado a prestar declarações sobre os 542 crimes de violação de menores pelos quais responde.
Francisco Leitão já se encontra a cumprir 25 anos de cadeia pelo homicídio de três jovens que frequentavam a sua casa.
O sucateiro convivia com adolescentes que levava a passear, a quem pagava jantares ou bebidas e oferecia telemóveis. Dizia ter poderes sobrenaturais e quando ganhava a sua confiança e sabia que estariam convictos dos seus poderes, levava-os para a sua casa, na Carqueja, Lourinhã, onde os amedrontava fingindo incorporar "entidades" sobrenaturais ou dizendo que vinha a mando delas informá-los de que eles ou seus familiares corriam perigo de morte.
Para evitar as consequências, teriam de se sujeitar a "injecções de energia", que seriam transmitidas do corpo do arguido para o corpo da vítima sob a forma de relações sexuais.
Os crimes agora em julgamento dizem respeito a 12 menores e remontam ao período entre 2009 e 19 de Julho de 2010, data em que foi detido pela Polícia Judiciária por homicídio. As queixas tinham chegado ao Ministério Público ainda em 2009, mas o inquérito veio a ser arquivado. Foi reaberto na sequência de buscas domiciliárias das autoridades e de novas denúncias no período em que o arguido esteve a ser investigado pelo triplo assassinato.
O primeiro julgamento teve lugar em 2012. Naquele que agora começa são ainda imputados a Francisco Leitão, além dos 542 crimes de violação, seis de pornografia de menores e um crime de ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada e devassa da vida privada. Como arguido, o Rei Ghob tem o direito de vir a prestar declarações até ao fim do julgamento.