Mais de 40 serviços participam no rastreio nacional do Dia do Euromelanoma

Estima-se que em Portugal, este ano, serão diagnosticados mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de 1000 serão novos casos de melanoma.

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A incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o mundo Paulo Ricca

Mais de 40 serviços de dermatologia do continente e ilhas participam na quarta-feira no rastreio nacional gratuito no âmbito do Dia do Euromelanoma, iniciativa que no ano passado detectou quase 100 suspeitas de cancro de pele.

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Mais de 40 serviços de dermatologia do continente e ilhas participam na quarta-feira no rastreio nacional gratuito no âmbito do Dia do Euromelanoma, iniciativa que no ano passado detectou quase 100 suspeitas de cancro de pele.

O rastreio é promovido pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), com o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direcção Geral de Saúde, decorre em serviços de dermatologia no continente, Açores e Madeira e no ano passado avaliou cerca de 1700 pessoas.

A incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o mundo, estimando-se que em Portugal, este ano, serão diagnosticados mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de 1000 serão novos casos de melanoma.

De acordo com a APCC, no rastreio do ano passado as suspeitas ascenderam a mais de 80 casos de carcinoma basocelular e 14 de melanomas, além de outras lesões de risco de cancro de pele.

Na população estudada, 40% das pessoas evidenciavam a presença de lentigos solares no tronco, reconhecidos como sequela frequente de queimaduras solares.

Foi feito o diagnóstico clínico de nevos atípicos — sinais irregulares na cor, bordo, de diâmetro maior que 5 mm e que apresentam mais risco de evoluírem ou se associarem a melanoma — em 288 pessoas. Destas, 126 tinham queratoses actínicas, um precursor potencial de carcinoma espinocelular.

Da amostra analisada, 21% relatavam antecedentes de queimadura solar antes dos 10 anos e mais de metade (52%) entre os 10 e 18 anos. Apenas 22% referiam colocar sempre protector solar quando expostos ao sol, fora da praia.

A maior parte das pessoas (85%) disseram colocar, quando expostas ao sol, na praia, creme com factor de protecção solar superior a 30.

Uma em cada três pessoas disseram ter actividade profissional ao ar livre e 60% referiam a prática regular ou ocasional de desporto ao ar livre.

A APCC considera que estes números mostram “a importância do autoexame, dos rastreios periódicos e a necessidade de reforçar os cuidados a ter com o sol, sobretudo naqueles com exposição ocupacional ao sol e também naqueles praticantes de desporto ao ar livre”.

Este ano, na apresentação da campanha, a associação apelou para a criação, em cada Unidade de Saúde Familiar, de equipas especializadas e preparadas para despistar através da teledermatologia suspeitas de cancro de pele.

Segundo a APCC, o equipamento necessário para estes médicos e enfermeiros pagar-se-ia ao evitar três cirurgias desnecessárias que hoje se fazem.