Ciberataque atingiu 150 países. Teme-se nova vaga na segunda-feira
Europol teme que o número de vítimas suba quando milhões de pessoas regressarem ao trabalho.
O ataque informático lançado na sexta-feira com recurso ao software malicioso WannaCry, e que resultou no sequestro de ficheiros a troco de dinheiro, atingiu pelo menos 150 países e fez mais de 200 mil vítimas, segundo um balanço feito este domingo pela Europol. “O impacto global deste ataque não tem precedentes”, disse o director do organismo policial da União Europeia, Rob Wainwright, numa entrevista à estação britânica ITV em que admitiu que não se conhece, para já, a identidade do autor do programa e dos cibercriminosos que estão por detrás da sua disseminação.
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O ataque informático lançado na sexta-feira com recurso ao software malicioso WannaCry, e que resultou no sequestro de ficheiros a troco de dinheiro, atingiu pelo menos 150 países e fez mais de 200 mil vítimas, segundo um balanço feito este domingo pela Europol. “O impacto global deste ataque não tem precedentes”, disse o director do organismo policial da União Europeia, Rob Wainwright, numa entrevista à estação britânica ITV em que admitiu que não se conhece, para já, a identidade do autor do programa e dos cibercriminosos que estão por detrás da sua disseminação.
O ataque atingiu, indiscriminadamente, grandes organizações públicas e várias empresas multinacionais, da Austrália à Rússia: os piratas informáticos criaram um vírus que explora uma vulnerabilidade no software do sistema Microsoft Windows, o mais utilizado em todo o mundo. A Microsoft identificou o problema e em Março lançou uma actualização de segurança para proteger o seu sistema operativo, mas muitos utilizadores ou não fizeram ainda o “upgrade” do sistema, ou estão a usar versões mais antigas – ficando expostos ao vírus.
Um dos infectados foi o sistema informático do Serviço Nacional de Saúde britânico, o que obrigou vários hospitais a cancelar consultas, exames e intervenções cirúrgicas, ou a redireccionar o fluxo de ambulâncias em serviço de emergência para unidades cujos computadores escaparam ao vírus informático. Os caminhos-de-ferro alemães também foram afectados, bem como universidades na China. Em França, as fábricas do grupo Renault tiveram de suspender a laboração, e em Portugal a PT confirmou ter sido atingida.
Apesar de o ritmo de propagação do programa pirata ter abrandado devido à descoberta acidental de uma espécie de interruptor no ransomware Wanna Decryptor, existe o receio de que seja impossível deter uma nova vaga de infecções hoje, quando milhares de pessoas regressarem ao trabalho e ligarem os seus computadores. “Neste momento enfrentamos uma ameaça crescente. Os números vão subir, temo que continuem a crescer a partir desta segunda-feira”, afirmou Wainwright.
O investigador de cibersegurança inglês que conseguiu travar a propagação do WannaCry através do registo de um novo domínio web, alertou para a facilidade com que pode ser lançado um segundo ataque. “Não é preciso um grande esforço para mudar o código e começar de novo com uma versão 2.0”, disse ao Telegraph o especialista, identificado apenas pela sua conta de Twitter @malwaretechblog. “Há muito dinheiro em jogo, quem estiver por detrás disto não tem nenhuma razão para se ficar por aqui”, acrescentou.