Há 5% da TAP nas mãos de 603 trabalhadores

Procura das acções superou oferta em 17,5 vezes na Oferta Pública de Venda.

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Estado ficou com 50% e privados com 45% Daniel Rocha

Os 5% do capital da TAP que estavam disponíveis no âmbito da Oferta Pública de Venda (OPV) foram adquiridos na totalidade, ficando nas mãos de apenas 603 trabalhadores (número de ordens de compra). De acordo com o documento da operação, a procura superou a oferta em 17,5 vezes. O universo de funcionários abrangidos era da ordem dos dez mil.

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Os 5% do capital da TAP que estavam disponíveis no âmbito da Oferta Pública de Venda (OPV) foram adquiridos na totalidade, ficando nas mãos de apenas 603 trabalhadores (número de ordens de compra). De acordo com o documento da operação, a procura superou a oferta em 17,5 vezes. O universo de funcionários abrangidos era da ordem dos dez mil.

Ao todo, estavam por colocar 75 mil acções, por 10,38 euros cada (com um desconto de 5% incluído), e valor total angariado, de 778,5 mil euros, reverte para a holding estatal Parpública. Contas feitas, dá uma média de 124,4 acções por trabalhador, com um investimento de 1291 euros cada.

O apuramento dos resultados da oferta foi efectuado pelo BPI, banco que está também responsável pela liquidação física e financeira das acções, algo que acontecerá dia 16 de Maio, via Interbolsa. 

A compra de acções foi apadrinhada pelos sindicatos ligados à transportadora aérea, que pretendem, através da concentração de acções, ter uma palavra mais firme na definição da estratégia da empresa, nomeadamente através das assembleias-gerais. Assim, a Plataforma Sindical (que reúne nove sindicatos), o SPAC (pilotos), SITAVA (trabalhadores da aviação e aeroportos, afecto à CGTP) e SNPVAC (pessoal de cabine) tinham vindo a promover a compra de títulos por parte dos seus associados. 

 Um futuro aumento de capital, no entanto, pode vir a diluir a posição agora tomada pelos trabalhadores.

Aumentar

O Governo, através do Ministério do Planeamento e Infra-estruturas, enviou um comunicado onde afirma que a forte adesão “reflecte a adesão e a confiança dos trabalhadores na recomposição da privatização da TAP”, assim como “no modelo de gestão que será desenvolvido”.

Nas próximas semanas, assegura o ministério liderado por Pedro Marques, o Estado vai deter formalmente 50% do capital social (cabendo outros 45% a consórcio formado por Humberto Pedrosa e David Neeleman), e “nomeará seis dos 12 membros do conselho de administração. Entre eles estará o presidente da transportadora, passando o Estado “a ter uma palavra decisiva nas orientações estratégicas da TAP”.

O nome de Miguel Frasquilho, ligado ao PSD e que estava até há pouco tempo na liderança da AICEP, tem sido o mais falado para ocupar cargo. A presidência executiva mantém-se a cargo de Fernando Pinto.