Alto Minho lança primeiro festival de arte pública em espaço rural

"Desencaminharte" acontece desde o nascer do sol de dia 1 de Junho ao pôr-do-sol de dia 4, ao longo de mais de 2 210 quilómetros quadrados de rio, serra e mar de cada um dos 10 concelhos do Alto Minho.

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Circuito de pintura, escultura, artes e ofícios vai acontecer em dez concelhos do distrito de Viana do Castelo Martin Henrik

Fazer a "simbiose entre a estética do natural e o belo da arte" nos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo é o mote do primeiro festival de arte pública em espaço rural do país, apresentado esta terça-feira.

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Fazer a "simbiose entre a estética do natural e o belo da arte" nos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo é o mote do primeiro festival de arte pública em espaço rural do país, apresentado esta terça-feira.

"Este é o único festival que existe em Portugal de arte pública em espaço natural. O Alto Minho vai aliar diferentes interpretações artísticas desde a pintura, escultura, artes e ofícios à excelência ambiental do território", afirmou o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, José Maria Costa.

José Maria Costa, que falava no lançamento do festival Desencaminharte, explicou que o evento vai constituir "uma oportunidade para que as populações se apropriem, conheçam melhor e valorizem o seu património, de atracção de novos visitantes à região, consolidando a aposta num turismo sustentável e de qualidade".

"Esta é uma excelente oportunidade de fazer a simbiose entre a estética do natural e o belo da arte", frisou o autarca durante a apresentação do evento na sede da CIM do Alto Minho, em Ponte de Lima.

As intervenções de arte pública, que ficarão no território durante dois anos, vão ser criadas na Quinta de Pentieiros, em Ponte de Lima, numa casa em Moledo, Caminha, na Porta de Lamas de Mouro no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG),em Melgaço, na Penha da Rainha, em Monção, na aldeia de Sistelo, Arcos de Valdevez e, actualmente, em processo de classificação como Paisagem Cultural, na igreja de Sanfins em Valença, nos espigueiros do Lindoso, em Ponte da Barca, no monte de Santo António, em Viana do Castelo, na Casa do Artista de Jaime Isidoro, em Vila Nova de Cerveira, na Praia do Taboão, em Paredes de Coura.

Segundo a curadora artística do festival, Virgínia Valente, o festival desenrola-se "em mais de 2 210 quilómetros quadrados de rio, serra e mar de cada um dos dez concelhos do Alto Minho e vai acontecer entre o nascer do sol do dia 1 de Junho e o pôr-do-sol do dia 4".

A iniciativa visa a criação de obras de dez artistas em dez locais naturais ou rurais dos dez municípios da região e inclui programação cultural, turística, educativa e ambiental paralela.

Valorizar o Alto Minho, "única sub-região do país, integralmente certificada com a Carta Europeia de Turismo Sustentável", como destino cultural e ambiental criativo e "desencaminhar" a comunidade e turistas para um roteiro de descoberta alternativo, fora dos lugares comuns, são os principais objectivos da iniciativa.

O festival, com duração de dois anos, tem um orçamento anual de 65 mil euros, financiado por fundos comunitários do Norte 2020.

O evento insere-se no projecto "COOLTIV'ART - Programação Cultural em Rede", promovido pela CIM do Alto Minho que integra os concelhos de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.

Durante os quatro dias do festival os participantes "podem ver arte, acompanhar o trabalho dos artistas, conhecer a natureza, fazer trilhos, participar em oficinas, concertos, performances, mercados, acampar", entre outras actividades.

Há ainda um concurso artesanato e um de fotografia designado "João Branco", um nome popular para águia-cobreira, a que sobrevoa a região à procura de serpentes para a próxima refeição com o objectivo de criar dez novos postais da região, um por município.

Este último concurso decorre na rede social Instagram, de 1 a 4 de Junho.