Pizarro: "É mais proveitoso uma boa amizade do que um casamento"
PS confirma que Manuel Pizarro, actual número dois do executivo, será o seu candidato à Câmara do Porto, após uma reunião de socialistas em que se ouviram críticas a Rui Moreira.
O nome de Manuel Pizarro, que preside à distrital do PS-Porto, foi aprovado este sábado “por unanimidade e aclamação” pela concelhia socialista para disputar as eleições autárquicas num combate em que tem pela frente o independente Rui Moreira com quem o partido ainda tem um acordo pós-eleitoral.
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O nome de Manuel Pizarro, que preside à distrital do PS-Porto, foi aprovado este sábado “por unanimidade e aclamação” pela concelhia socialista para disputar as eleições autárquicas num combate em que tem pela frente o independente Rui Moreira com quem o partido ainda tem um acordo pós-eleitoral.
Manuel Pizarro é actualmente vereador da Habitação e da Acção Social e número dois na câmara liderada pelo independente Rui Moreira e a sua estratégia de não apresentar um candidato do PS mereceu muitas críticas por parte de uma ala dos socialistas.
A decisão de avançar com candidatura própria foi tomada neste sábado numa reunião da estrutura concelhia em que, de acordo com relatos feitos ao PÚBLICO, se ouviram críticas ao presidente da Câmara do Porto, que prescindiu do apoio dos socialistas por recusar pressões feitas pela secretária-geral-adjunta do partido, Ana Catarina Mendes.
O deputado Renato Sampaio, que sempre se opôs à estratégia da distrital e da concelhia de apoiar Rui Moreira em vez de apresentar uma candidatura própria, levantou reservas à escolha de Pizarro, afirmando ter dúvidas que fosse “o melhor candidato”.
Um outro deputado, Pedro Bacelar de Vasconcelos, que participou na reunião mas não chegou a falar, tem no entanto uma posição conhecida. O constitucionalista já veio dizer que a “situação é inadmissível” e desafia Manuel Pizarro a dar explicações, em declarações ao semanário SOL. Bacelar de Vasconcelos diz que “o presidente da federação do Porto ajudou a pôr o partido numa posição muito difícil”.
O anúncio do candidato ao Porto foi feito pelo presidente da concelhia portuense, Tiago Barbosa Ribeiro, que sublinhou que “os socialistas nunca fizeram depender um possível acordo com uma imposição de lugares”.
Quanto à recusa do apoio socialista à recandidatura de Rui Moreira, o dirigente do partido afirmou: “Para casamentos e baptizados só vai quem é convidado”.
O agora candidato falou num registo idêntico, fazendo, declarando que “é mais proveitoso manter uma boa amizade do que um casamento que uma das partes não quer".
“Tenho muito orgulho no trabalho que os vereadores do PS fizeram nestes quatros anos na Câmara Municipal do Porto num acordo de coligação no qual fomos absolutamente leais e escrupulosamente cumpridores, temos, aliás, uma avaliação positiva da acção desta câmara e não vamos mudar de opinião em função estes acontecimentos”, declarou Pizarro.
Sublinhou que os “acontecimentos” - que têm origem no presidente da autarquia que acusou o PS de ter posto em causa em causa os valores de independência da sua recandidatura, levando à ruptura com os socialistas - “impõem uma atitude por parte do Partido Socialista”. “Não há com isso nenhum problema e a atitude e a decisão do grupo do dr. Rui Moreira é absolutamente legítima, como é legítima a posição do PS”.
Um dia depois de Rui Moreira ter declarado que iria convidar Manuel Pizarro para as suas listas, o PS-Porto decide escolher o actual vereador para candidato. Mas para isso foi preciso a intervenção do secretário-geral do partido, António Costa, que defendeu que o Porto tivesse uma candidatura alternativa à do independente Rui Moreira.
Para o PS, a campanha para as autárquicas começou este sábado.