João Semedo critica “o triste espectáculo” de Moreira e Pizarro

O ex-deputado do BE diz que o candidato do PS ao Porto “carregará por muito tempo o peso do seu seguidismo a Rui Moreira

Foto
paulo pimenta

O candidato do BE à Câmara do Porto, João Semedo, afirma que Manuel Pizarro “não tem condições para protagonizar com credibilidade uma alternativa" à política do independente Rui Moreira, com quem manteve um compromisso político.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O candidato do BE à Câmara do Porto, João Semedo, afirma que Manuel Pizarro “não tem condições para protagonizar com credibilidade uma alternativa" à política do independente Rui Moreira, com quem manteve um compromisso político.

“A sucessão de episódios que culminaram com o anúncio da candidatura de Manuel Pizarro à Câmara do Porto pelo PS [este sábado] são um triste espectáculo e envergonham e desacreditam os seus principais protagonistas”, considera o candidato e ex-deputado do BE.

"Rui Moreira e Manuel Pizarro saem ambos muito enfraquecidos deste processo. Rui Moreira perde um importante aliado (...) e Manuel Pizarro carregará por muito tempo o peso do seu seguidismo a Rui Moreira. Este tão prolongado, extenso e profundo compromisso de Manuel Pizarro com as políticas de Rui Moreira não lhe permite agora protagonizar com credibilidade uma alternativa a essa política e a Rui Moreira".

Segundo o ex-deputado, "o que sobra a Rui Moreira em arrogância e presunção falta a Manuel Pizarro em coerência e dignidade políticas. Em comum ambos dizem uma coisa hoje e amanhã o seu contrário”.

O candidato à Câmara do Porto refere que ao longo de todo este processo não se tenha ouvido uma só palavra sobre os problemas da cidade e dos portuenses a nenhum dos protagonistas, porque – afirma – “não são esses os motivos que os afastam, um e outro movimenta-se me função do seu poder pessoas, da sua carreira política e dos lugares que ela lhes destina”. E deixa uma garantia: “Não me identifico com esta forma de fazer política, onde o golpe, o truque e a artimanha satisfazem as ambições de alguns, mas empobrecem a democracia”.

“A minha candidatura à Câmara do Porto ganha hoje uma acrescida responsabilidade na mobilização da vontade e do apoio dos socialistas e de outras mulheres e homens de esquerda para, todos juntos, construirmos uma candidatura capaz de vencer as políticas de direita e de apresentar à cidade uma proposta alternativa, socialista e de esquerda que ponha as pessoas e os seus problemas no centro da política municipal", diz.

Catarina Martins, líder do BE, haveria de dizer, mais tarde que está confiante na candidatura de João Semedo à Câmara Municipal do Porto e que os apoios à recandidatura de Rui Moreira não afectam o partido. “Os conflitos entre Rui Moreira e o Partido Socialista (PS), se está mais ou menos ou não confortável com o CDS, são problemas que não afectam o Bloco de Esquerda. Nós temos uma candidatura muito forte, de que nos orgulhamos muito e que tem um projeto muito claro”, afirmou a líder bloquista.

Do lado da CDU, a candidata Ilda Figueiredo disse hoje que o mais do que aparecer mais um candidato à corrida autárquica, o essencial é ouvir a população, defender os seus interesses e responder aos problemas. “Para a CDU, a questão essencial é estarmos a trabalhar no terreno, unidos, com uma coligação aberta a todos, em ligação estreita com os moradores, na defesa dos interesses da cidade e da sua população”, afirmou, em declarações à Lusa.