PS tem “apenas dois” municípios por fechar. E o Porto?
Convenção Autárquica Nacional do PS começa neste sábado em Lisboa. A cinco meses das eleições, partido foi surpreendido pela decisão de Rui Moreira
Dificilmente a crise política que se abriu no Porto vai passar ao lado da Convenção Autárquica Nacional do PS, que decorre neste sábado em Lisboa, e que vai lançar o processo autárquico do partido a nível nacional. A cinco meses das eleições autárquicas, o PS é surpreendido com o fim do namoro de quase quatro anos com o independente Rui Moreira, cuja decisão deixou o partido, liderado por António Costa, completamente à deriva em relação às ambições que o PS tem relativamente à segunda autarquia do país.
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Dificilmente a crise política que se abriu no Porto vai passar ao lado da Convenção Autárquica Nacional do PS, que decorre neste sábado em Lisboa, e que vai lançar o processo autárquico do partido a nível nacional. A cinco meses das eleições autárquicas, o PS é surpreendido com o fim do namoro de quase quatro anos com o independente Rui Moreira, cuja decisão deixou o partido, liderado por António Costa, completamente à deriva em relação às ambições que o PS tem relativamente à segunda autarquia do país.
No entanto, o presidente da Associação dos Autarcas Socialistas e da Câmara de Vila Real, Rui Santos, considera que o episódio do Porto não vai condicionar os trabalhos da convenção, porque nessa altura as posições dois protagonistas (Rui Moreira e Manuel Pizarro) já estarão esclarecidas.
“Se não houver uma clarificação sobre o que se vai a passar a seguir, todos sentiremos que haverá um elefante na sala”, afirma, convencido de que “o PS saberá estar à altura das circunstâncias e saberá interpretar o que o dr. Rui Moreira e o dr. Manuel Pizarro vierem a dizer de viva voz e não por interpostas pessoas”, declarou Rui Santos ao PÙBLICO, que hoje falará na sessão de encerramento da convenção do partido.
O presidente dos autarcas socialistas declara que o partido está “optimista, mas também realista” quanto ao próximo combate eleitoral. “Sabemos de onde partimos e sabemos que manter um score que alcançamos em 2013 é muito difícil, mas temos a esperança que vamos ganhar e até superar o resultado: 149 presidências de câmara”, afirma.
A coordenadora autárquica nacional, Maria da Luz Rosinha, reafirma que o objectivo do PS é ganhar a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias, dois órgãos importantes na definição das políticas autárquicas. O PS parte para a Convenção Autárquica Nacional com “apenas dois” municípios por fechar, concelhos esses que Maria da Luz Rosinha não quis revelar quais são.
Questionada se o PS vai abdicar de apresentar candidatos fortes a câmaras lideradas pelo PCP, a deputada e coordenadora autárquica responde: “O Partido Socialista candidata-se a todos os municípios para ganhar”.
Dez municípios problemáticos
Em Setembro do ano passado, a Comissão Permanente do PS identificou dez municípios problemáticos, um dos quais era a Câmara de Coimbra, presidida pelo socialista Manuel Machado. Para além da cidade universitária, havia Barcelos, Góis, Golegã, Matosinhos, Marinha Grande, Nelas, Torres Novas, Vila do Bispo e Vizela. Deste grupo, o PS diz que “Vizela é a única que está em risco”. Em contrapartida, acha que pode ganhar a presidência de duas autarquias a sul do Tejo: Portalegre, onde o candidato é um independente, e Castro Marim.
Em relação a Coimbra, a visão do PS é que o partido ganha novamente a câmara, “porque há um apoio muito forte a Manuel Machado fora do centro urbano”.
Apesar de Isaltino Morais estar de regresso, os socialistas têm indicadores que apontam para uma eventual vitória em Oeiras, onde candidatam Joaquim Raposo, que durante vários mandatos presidiu à Câmara da Amadora.