Brazil: continua a ser a mesma coisa maçadora que era

Brazil continua a ser a mesma coisa desenxabida e muito maçadora que era na altura em que estreou.

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“Filme-culto” de um “realizador-culto”, sobre Brazil não passam os anos: continua a ser a mesma coisa desenxabida e muito maçadora que era na altura em que estreou.

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“Filme-culto” de um “realizador-culto”, sobre Brazil não passam os anos: continua a ser a mesma coisa desenxabida e muito maçadora que era na altura em que estreou.

Cineasta dado a universos concentracionários e burocráticos – é a distopia, “orwelliana” como o filme grita a plenos pulmões, no centro de Brazil – falta a Gilliam o talento para virar isso em seu favor, e o seu filme é, apenas, “concentracionário e burocrático”, num surrealismo (?) frouxo e num humor constantemente falhado (foi, de resto, sempre surpreendente que nunca tenha conseguido, ou só a espaços tenha conseguido, replicar no seu cinema a anarquia iconoclasta dos Monty Python).

A aparência de complexidade é apenas isso, uma aparência, num filme que não se vê pelo que é mas pelo que “significa” ou parece “significar” (e que, basicamente, como em qualquer filme aleatório, pode ser tudo o que se quiser lá ver nele, recompensando todo e qualquer esforço de “interpretação”, o que é por certo um dos segredos da sua transformação em “culto”). Resta dizer que, por oco e enfadonho que seja, Brazil nem é o maior suplício de Gilliam: a palma vai para esse insuportável Doze Macacos