Luso-espanholas vão nadar no Mediterrâneo pelos refugiados

Quatro amigas vão nadar entre as ilhas de Formentera e Ibiza para ajudar refugiados que atravessam o Mediterrâneo, a 30 de Setembro, e há uma campanha de crowdfunding a decorrer

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Quatro nadadoras — uma portuguesa e três espanholas — vão nadar durante seis horas entre as ilhas de Formentera e Ibiza, numa acção solidária para ajudar os refugiados que atravessam o Mediterrâneo, revelou esta quarta-feira, 3 de Maio, à Lusa uma das participantes.

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Quatro nadadoras — uma portuguesa e três espanholas — vão nadar durante seis horas entre as ilhas de Formentera e Ibiza, numa acção solidária para ajudar os refugiados que atravessam o Mediterrâneo, revelou esta quarta-feira, 3 de Maio, à Lusa uma das participantes.

"O nosso objectivo é reunir 10.800 euros, correspondentes às 10.800 braçadas que calculamos que cada uma terá de dar para percorrer os 18 quilómetros a separar as duas ilhas Baleares", afirmou à agência Lusa, Sara Ramalho, a nadadora portuguesa de 32 anos. Natural de Viana do Castelo e a residir desde 2009 em Madrid, Sara Ramalho adiantou que a verba "será entregue à Proactiva Open Arms, uma Organização Não Governamental (ONG) com sede em Barcelona, especializada em salvamento marítimo e que intervém no mar Mediterrâneo com operações de resgate de milhares de refugiados que procuram uma nova vida".

A campanha de angariação de fundos está a decorrer na plataforma de crowdfunding Migrano de Arena. "Além da doação, agradecemos que nos enviem uma mensagem pessoal, que nos servirá de ajuda nos momentos mais duros da travessia. Serão 10.800 as braçadas que nos levarão ao destino", afirmou.

O projecto solidário, marcado para 30 de Setembro e intitulado Brazadas de Vida integra as amigas espanholas Celia Pascual, de 32 anos, de Huelva, Marina Martinez, de 34 anos, de Villena (Alicante) e Nuria Consuegra, de 36 anos, de Madrid. A ideia começou a ganhar forma há cerca de um ano durante uma competição de natação, paixão partilhada pelas quatro nadadoras do Clube de Natação Master Madrid.

"Achávamos que poderíamos ir mais além do que as simples travessias que fazíamos. Queríamos que tivesse um impacto positivo na sociedade e não ficar apenas com as lembranças e as fotografias bonitas de mais uma travessia em águas abertas. Foi assim que decidimos centrar todo o esforço e energia nesta prova", explicou Sara Ramalho. A actividade desenvolvida pela Proactiva Open Armas foi "determinante" para definir a causa "pela qual iam nadar". "Conhecemos a Proactiva Open Arms através de uma notícia que contava a história do dono de uma empresa de salvamento marítimo que, perante a tragédia que se vivia no Mediterrâneo, investiu as suas poupanças na criação de uma ONG para salvar estas vidas que não tinham por que perder-se no mar", explicou a licenciada em Gestão pela Universidade do Minho.

A trabalhar desde 2009 em Madrid na área do marketing, numa empresa de distribuição industrial, Sara explicou que "o objectivo do projecto é dar a conhecer a grave crise de refugiados que se vive na Europa, a perigosa travessia que estas pessoas enfrentam e o importante trabalho da ONG Proactiva Open Arms". "Todos os fundos angariados serão destinados, integralmente, a esta ONG para a ajudar a cumprir a sua promessa: 'Nenhuma Vida à Deriva'", frisou.

As quatro nadadoras são atletas do Club de Natação Master Madrid. Apesar de ter sido a natação que as juntou, todas desenvolvem as suas actividades profissionais fora do mundo daquela modalidade. Natural de Monserrate e com residência em Santa Maria Maior, freguesias urbanas de Viana do Castelo, Sara Ramalho, adiantou que a prova será a mais longa que realizaram até agora. "A distância mais longa que realizámos foi de dez quilómetros. Neste desafio vamos quase duplicar esta distância. Temos um plano de treinos específico para esta distância, tanto em piscina como em águas abertas, que iniciámos em Março", disse. Confessou tratar-se de "um grande desafio e de uma grande oportunidade para unir valores sociais e desportivos".

"Não vamos nadar por algo mas sim por alguém. Quando terminarmos esta prova não só teremos conseguido alcançar a nossa maior meta em termos desportivos como também conseguimos que servisse para algo, mobilizando muitas pessoas diferentes por uma boa razão", sustentou.