Dissolução do Parlamento dá o tiro de partida para a campanha britânica

A legislatura iniciada em Maio de 2016, com uma maioria conservadora, acabou hoje. Theresa May formaliza com a rainha a dissolução do Parlamento, e arranca a campanha para as eleições de 8 de Junho.

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Theresa May, em campanha em Bristol esta terça-feira: a primeira-ministra lidera a corrida com uma vantagem de 20 pontos Reuters/PETER NICHOLLS

A legislatura que resultou das eleições de 7 de Maio de 2015, que devolveram a maioria absoluta ao Partido Conservador então liderado por David Cameron, encerrou hoje os seus trabalhos: foi a mais curta desde 1974. A cinco semanas da votação antecipada convocada pela primeira-ministra, Theresa May, o Parlamento foi dissolvido para que os partidos se possam dedicar à campanha eleitoral.

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A legislatura que resultou das eleições de 7 de Maio de 2015, que devolveram a maioria absoluta ao Partido Conservador então liderado por David Cameron, encerrou hoje os seus trabalhos: foi a mais curta desde 1974. A cinco semanas da votação antecipada convocada pela primeira-ministra, Theresa May, o Parlamento foi dissolvido para que os partidos se possam dedicar à campanha eleitoral.

Depois da meia-noite, todos os deputados reverteram à sua condição de “membros do público”, escrevia a BBC. Com a dissolução do Parlamento – oficializada na tarde desta quarta-feira num encontro entre a primeira-ministra e a rainha Isabel II – todos os assentos ficam automaticamente vagos. No entanto, todos os ministros permanecem em funções até que seja formado um novo governo.

Os conservadores são de novo os favoritos à vitória na eleição de 8 de Junho: May lidera as sondagens com 20 pontos de vantagem sobre o Partido Trabalhista, que corre o risco de ter uma derrota histórica.

Os dois maiores partidos não perderam tempo e entraram em força no terreno da campanha. Numa conferência de imprensa matinal, o ministro das Finanças e porta-voz dos tories para as questões económicas, Philip Hammond, insistiu na mensagem de saúde fiscal e redução do défice. Já o líder do Labour, Jeremy Corbyn, foi até Bedford, uma circunscrição ganha pelos conservadores, para reforçar a sua mensagem de defesa do serviço nacional de saúde contra os planos de privatização e cortes orçamentais do actual Governo.

A campanha está a ser dominada pelas negociações do “Brexit”. Foi precisamente para reclamar um mandato nas negociações de divórcio entre Westminster e Bruxelas que a primeira-ministra achou necessário ouvir os eleitores britânicos.

O novo líder do partido eurocéptico UKIP, Paul Nuttall, condenou esta quarta-feira a posição negocial da Comissão Europeia, e dando a vitória de Theresa May como certa disse estar preparado para apoiar a primeira-ministra, se esta decidir virar as costas a Bruxelas. “A Comissão acredita que o povo britânico tem de ser punido por causa do 'Brexit', e por isso quer obrigar-nos a pagar uma factura ridícula pela separação. Mas a nossa posição é clara: nós não devemos pagar nada e a primeira-ministra tem de dizer isso aos eurocratas”, apelou Nuttall.

O líder dos liberais-democratas, Tim Farron, por seu lado, revelou no arranque da campanha que o seu partido registou um novo máximo de inscrições de militantes desde 1994: são agora 101.832. O partido, que é assumidamente europeísta, recebeu cinco mil novos membros imediatamente após o referendo para a separação do Reino Unido da União Europeia, e outros 14 mil depois de 17 de Abril, quando Theresa May convocou novas eleições.