Proposta para os lesados do papel comercial do BES já seguiu pelo correio
Clientes têm até dia 26 de Maio para aceitar solução que vai garantir a recuperação de parte significativa do capital aplicado.
Depois de mais de dois anos de negociações, os cerca de quatro mil lesados do papel comercial do BES começam a receber a partir desta quarta-feira a proposta de adesão à solução que lhes vai permitir recuperar boa parte dos cerca de 430 milhões de euros aplicados no produto. “É um passo importantíssimo”, admite Ricardo Ângelo, presidente da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, uma vez que “é a primeira prova concreta da solução por que muitos clientes ansiavam”.
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Depois de mais de dois anos de negociações, os cerca de quatro mil lesados do papel comercial do BES começam a receber a partir desta quarta-feira a proposta de adesão à solução que lhes vai permitir recuperar boa parte dos cerca de 430 milhões de euros aplicados no produto. “É um passo importantíssimo”, admite Ricardo Ângelo, presidente da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, uma vez que “é a primeira prova concreta da solução por que muitos clientes ansiavam”.
“Chegou a hora de colocar a solução nas mãos dos clientes”, referiu ainda Ricardo Ângelo, que se mostra confiante na aceitação da proposta por mais de 95% dos clientes, bem acima dos 50% necessários à sua viabilização.
No volumoso envelope, expedido esta terça-feira pelo Novo Banco, segue uma proposta de adesão à solução, que terá de ser devolvida até ao próximo dia 26. Para além desse formulário, a missiva contém uma descrição pormenorizada da solução, bem com um conjunto de perguntas e respostas para melhor esclarecimento das dúvidas dos clientes.
Para evitar falhas de entrega, o Novo Banco está, através do gestor de conta, a contactar os clientes por telefone e por meios electrónicos, “uma colaboração preciosa” para operacionalizar a solução e garantir que nenhum cliente deixa de ser avisado, destaca o líder associativo.
A recuperação será maior para quem investiu menos dinheiro, chegando a 75%, num máximo de 250 mil euros, para aplicações até 500 mil euros. Acima desse valor, os clientes deverão recuperar 50% do valor investido.
O próximo passo será a criação de uma sociedade-veículo, pelos próprios lesados, que contará com uma garantia directa do Estado, de forma a viabilizar a contratação de um empréstimo junto do sector financeiro, de forma a assegurar, de forma faseada, os pagamentos acordados entre o grupo de trabalho que juntou associação dos lesados, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e um representante do Governo, Diogo Lacerda Machado.
O primeiro de três pagamentos deverá acontecer entre o final do mês de Junho e o início do Julho deste ano.
Da parte do Governo, já foi entregue na Assembleia da República a proposta de lei que estabelece o enquadramento legal dos fundos de indemnização, indispensável à criação da sociedade-veículo que vai permitir pagar aos lesados.