Proposta para os lesados do papel comercial do BES já seguiu pelo correio

Clientes têm até dia 26 de Maio para aceitar solução que vai garantir a recuperação de parte significativa do capital aplicado.

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Solução negociada com forte intervenção de António Costa chega aos lesados. Miguel Manso

Depois de mais de dois anos de negociações, os cerca de quatro mil lesados do papel comercial do BES começam a receber a partir desta quarta-feira a proposta de adesão à solução que lhes vai permitir recuperar boa parte dos cerca de 430 milhões de euros aplicados no produto. “É um passo importantíssimo”, admite Ricardo Ângelo, presidente da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, uma vez que “é a primeira prova concreta da solução por que muitos clientes ansiavam”.

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Depois de mais de dois anos de negociações, os cerca de quatro mil lesados do papel comercial do BES começam a receber a partir desta quarta-feira a proposta de adesão à solução que lhes vai permitir recuperar boa parte dos cerca de 430 milhões de euros aplicados no produto. “É um passo importantíssimo”, admite Ricardo Ângelo, presidente da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, uma vez que “é a primeira prova concreta da solução por que muitos clientes ansiavam”.

“Chegou a hora de colocar a solução nas mãos dos clientes”, referiu ainda Ricardo Ângelo, que se mostra confiante na aceitação da proposta por mais de 95% dos clientes, bem acima dos 50% necessários à sua viabilização.

No volumoso envelope, expedido esta terça-feira pelo Novo Banco, segue uma proposta de adesão à solução, que terá de ser devolvida até ao próximo dia 26. Para além desse formulário, a missiva contém uma descrição pormenorizada da solução, bem com um conjunto de perguntas e respostas para melhor esclarecimento das dúvidas dos clientes.

Para evitar falhas de entrega, o Novo Banco está, através do gestor de conta, a contactar os clientes por telefone e por meios electrónicos, “uma colaboração preciosa” para operacionalizar a solução e garantir que nenhum cliente deixa de ser avisado, destaca o líder associativo.

A recuperação será maior para quem investiu menos dinheiro, chegando a 75%, num máximo de 250 mil euros, para aplicações até 500 mil euros. Acima desse valor, os clientes deverão recuperar 50% do valor investido.

O próximo passo será a criação de uma sociedade-veículo, pelos próprios lesados, que contará com uma garantia directa do Estado, de forma a viabilizar a contratação de um empréstimo junto do sector financeiro, de forma a assegurar, de forma faseada, os pagamentos acordados entre o grupo de trabalho que juntou associação dos lesados, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e um representante do Governo, Diogo Lacerda Machado.

O primeiro de três pagamentos deverá acontecer entre o final do mês de Junho e o início do Julho deste ano.

Da parte do Governo, já foi entregue na Assembleia da República a proposta de lei que estabelece o enquadramento legal dos fundos de indemnização, indispensável à criação da sociedade-veículo que vai permitir pagar aos lesados.