Costa: "Não há indústria 4.0 sem recursos humanos qualificados e trabalho digno"

Neste 1.º de Maio, primeiro-ministro escreve artigo a defender o combate à precariedade e a apelar ao diálogo social e à contratação colectiva.

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António Costa: "Agora e no futuro, temos de garantir que o trabalho será sempre trabalho com direitos" EPA/JULIEN WARNAND

Neste Dia do Trabalhador, António Costa escreve que o "modelo de economia competitiva" que deseja para Portugal “não pode assentar em baixos salários e na limitação dos direitos dos trabalhadores”.

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Neste Dia do Trabalhador, António Costa escreve que o "modelo de economia competitiva" que deseja para Portugal “não pode assentar em baixos salários e na limitação dos direitos dos trabalhadores”.

“Não há indústria 4.0 sem recursos humanos qualificados e estes só existem com trabalho digno. A produtividade do mundo de hoje constrói-se com diálogo social, atraindo e fixando recursos humanos qualificados e investindo na formação ao longo da vida, que só relações estáveis permitem”, escreve o primeiro-ministro num artigo publicado nesta segunda-feira no Diário de Notícias.

Repetindo que a criação de emprego tem sido uma prioridade do Governo desde que entrou em funções, António Costa salienta a descida da taxa de desemprego para valores abaixo dos 10% pela primeira vez desde 2009. Mas quer mais: “o nosso objectivo é ter mais e melhor emprego.”

No artigo no DN, António Costa fala do combate à precariedade (e do programa de integração dos precários do Estado) e também da necessidade de valorizar “o diálogo social e a criação de condições que permitam reforçar a negociação colectiva” – o primeiro-ministro deu o exemplo do sector do calçado.

Neste artigo, o chefe de Governo alerta ainda que “a revolução tecnológica e digital ocorrida nas últimas décadas está a redesenhar os mercados de trabalho, revelando-se indispensável potenciar e valorizar as oportunidades de criação de emprego que essa transformação está já a oferecer”. Por isso, repete que “é fundamental a aposta nas qualificações dos jovens mas também dos adultos.”

Para António Costa, as novas realidades não podem significar um abandono da “defesa da dignidade do trabalho”: “Este caminho tem de ser feito assegurando que a necessária flexibilidade económica não se constrói sobre os escombros do Estado social”, escreve o primeiro-ministro, para quem mudaram os tempos mas se mantém a vontade: "Agora e no futuro, temos de garantir que o trabalho será sempre trabalho com direitos."